Pathfinders
Necessidade de falar...
December 17, 2008
Desbrava Danny? Diria que não... diria que sim...
Estava durante uma caminhada, nos Desbravadores. O sol fazia com que ficássemos ainda mais cansados do que já estávamos… as ultimas bases eram em pontos completamente distintos e nós mal nos aguentávamos em pé…
Após algum tempo, dirigi-me para o local onde os meus pais estariam… vinham com cara séria, e não queriam me deixar lá estar mais tempo… Apenas podia entrar no carro, mais nada. Entrei.
Estava durante uma caminhada, nos Desbravadores. O sol fazia com que ficássemos ainda mais cansados do que já estávamos… as ultimas bases eram em pontos completamente distintos e nós mal nos aguentávamos em pé…
Decidimos então que o Caixeiro e o Joel Dinis iriam a uma das bases enquanto nós esperávamos que eles voltassem, a final de contas, iríamos todos nós para lá, se teríamos de voltar para o mesmo sítio?
Cansada de já tanto caminhar, encostei-me a um poste que estava perto da estrada e deixei-me cair lentamente, deslizando, até chegar ao chão. Primeiro, assustei-me com uma aranha que passou pelo meu ombro. Depois, o vento cumprimentou a minha cara e os outros desbravadores que estavam deitados, com as caras todas vermelhas de cansaço…
“Este é o meu último acampamento… Não vou voltar mais, acabou.”
A princípio quis chorar, evitei.
“Nunca mais vou jogar basebol, nunca mais vou estar com todos eles como estou aqui, eu sei que não… não sei bem o que quero. Não importa se saio da igreja, mas os Desbravadores são tão importantes para mim… Como vou passar as minhas férias? E agora, nunca mais vou à Costa de Lavos, pois não?”
Por final os pensamentos que tive acabaram por fazer com que as lágrimas caíssem… evitei, mas não deu. Estava nas minhas mãos uma decisão tão importante, e que estava a destruir-me lentamente por dentro…
A Lia deu conta, sentou-se ao meu lado, abraçou-me. “É por causa dos desbravadores?” – abanei a cabeça, como que dizendo “sim”. Disse-lhe o que sentia, mas não havia escolha.
Quando o Caixeiro chegou, a Lia quis resolver o problema… Não havia escolha… ela apenas estava a tentar dar a volta a algo que não tinha.
Ao tentar resolver o problema, acabou por fazer os meus pais virem buscar-me…
Após algum tempo, dirigi-me para o local onde os meus pais estariam… vinham com cara séria, e não queriam me deixar lá estar mais tempo… Apenas podia entrar no carro, mais nada. Entrei.
Não vi ninguém, não me despedi de ninguém, a não ser da Sara e da Lia que me abraçaram, disseram que gostavam sempre muito de mim e mais nada… não pude continuar o acampamento, foi injusto. Injusto? Talvez não… talvez eu não devesse chorar, talvez eu devesse evitar as lágrimas. Ainda assim, porque não podemos nos exprimir? É doloroso sorrir quando se está a desfalecer por dentro… Preocupamos ainda mais as pessoas que nos rodeiam ao tentar sorrir e carregar a dor toda sozinhos… Então, porque eu tinha de me ir embora em vez de aproveitar aqueles últimos momentos? E porque havia eu de não poder chorar quando a minha vida estava prestes a deixar de ser o que fora um paraíso para mim?
Por fim, a única coisa que vi antes de voltar á estrada foi a Sara e a Lia, abraçadas uma à outra. Escusado será dizer o que elas estariam a sentir, o que elas estariam a passar…
Dias depois, apresentamos a carta para sermos riscadas da igreja.
Já lá vai um ano… Eu tinha tanto orgulho de dizer “Eu sou uma desbravadora!” E contar logo de seguida todas as minhas aventuras… eu tinha orgulho de dizer “eu jogo basebol nos acampamentos!”…
Mesmo assim, ainda hoje, eu não quero acreditar que não estou mais nos Desbravadores. Pura e simplesmente não quero. Por vezes a Lia diz-me: “Vai haver um acampamento no dia tal…”, eu sei que não vou, sei que não sou mais desbravadora, sei isso tudo… Tanto sei que digo: “tu sabes que não posso”.
No entanto, por mais que eu saiba que não sou, o meu coração não quer aceitar. Eu sei, não sou mais, mas por dentro, quero ser sempre uma desbravadora, quero ter sempre aquelas lembranças de tudo o que me aconteceu, contar a toda a gente que “fui uma desbravadora” com orgulho! Isso não muda nada!
A única coisa que muda é o facto de eu não estar lá.
Desbrava Danny? Sim, por dentro!
E continuo com um enorme quadro, prenda de Natal de2006, com as assinaturas de toda a gente do acampamento de 2006, aquele em que me baptizei, com dois lenços pendurados: o dos “Tições” e o dos “Desbravadores”. E vou continuar sempre a acordar e olhar para ele e pensar: “Não sou mais desbravadora, mas isso não muda o facto de eu o ter sido.”
2 Comments
Olha!!! eu inforco-te táh?!!? Fizeste-me chorar ;D
ReplyDeleteSabes que eu te adoro, já fostes uma GRANDE desbravadora, vivemos MARAVILHOSAS aventuras, eu adorava aquilo.
Foi há tanto tempo "que te fostes embora", sinto saudades tuass, das nossas asneiras de tudo! De casa microsecundo que passamos juntas
AMUU'TEEE
P.S.: Tu és uma dresbravadora, sempre serás!
Microsegundo +.+
ReplyDeleteE eu agora ia chorando com o teu comentario oh minha xungas :$
Tenho cada recordação guardada na minha gaveta dos desbravas; cada assinatura emoldurada bem à frente da minha cama; cada momento presente na minha memoria, tudo mesmo, é impossivel esqecer!
Tu és daquelas pessoas mesmo inesqueciveis, topaz?
Ai, eu ainda quero voltar a me lembrar de tudo isso x)
<333
AMU'THE
Having a good time reading? Please leave us a comment below!