Amar

Há coisas que são super complicadas. E uma delas sim, sem dúvida, é amar - especialmente para quem ama de verdade, não brinca com senti...



Há coisas que são super complicadas. E uma delas sim, sem dúvida, é amar - especialmente para quem ama de verdade, não brinca com sentimentos alheios e não apanha todos os peixes que vêm à rede.
Até hoje, já na minha maioridade (o que é isso, comparadamente com a vida que tenho pela frente --'), e presumo que nunca vá chegar a saber, nunca consegui perceber quais são os nossos valores de critério perante alguém - pelo menos eu, não consigo perceber os meus.
Sei que que tenho imensa dificuldade em amar alguém, mas quando amo, amo de verdade. Fui capaz de passar meses às claras, a perguntar-me se o problema era meu, meu, ou meu, se tinha medo, receio ou simplesmente não havia alguém que pudesse olhar para mim de outra forma. A final de contas, percebi que eu já nem sabia o que era esse sentimento, ao ponto de confundir com algo que não era, nadinha. É, talvez eu tenha ficado mesmo afectada ah um tempo atrás e tenha perdido a vontade de o sentir outra vez, mas nós não escolhemos.
E tanto não escolhemos, que eu fui ficar assim (e para variar, de verdade) na altura mais complicada possível.
Confesso que já tinha saudades disto. É indescritível. Só calha uma coisa na nossa cabeça, no nosso olhar. Desligamos do sítio onde estamos, desconcentramo-nos com tanta facilidade, parecemos uns idiotas ora distantes, ora sorridentes e acima de tudo, amamos.
Tens vontade de cantar, tens vontade de chorar. E para ti, está tudo bem se continuares do lado dessa pessoa, mesmo que não passe um vento que faça levantar um único grão de areia.

Não quero magoar ninguém, e no entanto faço-o. Quero ser feliz, e magoo-me a mim mesma. O pior problema deste "amar", é que tem efeitos secundários, como outro sentimento que faz doer algures no peito. Queremos ficar sozinhos, afastarmo-nos dos outros, perdemos o sorriso e o brilho dos olhos, esse último aparece apenas quando olhamos para a representação concreta do abstrato que consiste na nossa distracção, seguindo-se o "abaixamento" da cabeça e minutos pensativos. Acabamos por dar connosco isolados, a "desidratar pelos olhos", a querer encostar num ombro amigo que não diga nada, apenas ouça o silêncio do soluçar uma vez que acabamos por nada dizer.

O que eu acabei por fazer, fizeram também comigo. E em ambos os casos, não foi por mau carácter, foi por incompatibilidade dos critérios pessoais, que nem nós mesmos percebemos. Vou continuar durante um tempinho com este sentimento, tinha saudades dele, sim, mas ele acaba por se mostrar traiçoeiro. Já estou na segunda fase, já gastei várias noites com auriculares nos ouvidos, algumas a "desidratar". Já gastei tempo completamente distante, longe das conversas, da vontade de sorrir, com pensamentos de possibilidades impossíveis.

Neste momento eu amo, de verdade. Sei que é algo que não dá, foi debatido e a conclusão a que se chegou é que tempo é algo precioso, e neste momento ele quase não existe. Mais uma vez, paro para pensar. Acho que foi das situações mais mimosas que se passaram, e talvez das mais impossíveis. "Caramba, tinha que ser logo agora!", quantas vezes não pensei. A dor é grande, deriva da injustiça provocada pelo tempo, pela consciência da impossibilidade de te ter, pelo simples facto de te amar e não poder haver nada, pelo menos por enquanto, quando sei que o resto do enquanto já não existe mais. Sinto-me desmotivada, distante, melancólica, e às vezes parvamente feliz. Sou controversa e neste momento, quero continuar a amar, até que o mesmo tempo (que não existe), se torne em tempo que leve a imagem abstracta da minha cabeça.

Só queria agradecer por tudo, por seres compreensível e sincero, por seres diferente, querido e por te importares comigo. Está a custar bastante, mas é o que me tenho de sujeitar.

O problema de alguém que ama, é que esse alguém "gosta de amar", independentemente das controvérsias que esse sentimento lhe traga.




De tanta coisa escrita nas casas de banho daquela escola, só lá há uma de jeito:

"Não ames, porque amar dói. Adora, porque assim és feliz"
Bem verdade

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