3ª Convenção da ASI

Gostaria imenso de começar com a frase celebre da Lia, de que " Deus escreve por linhas tortas ", e mais torto não podia começar o...

Gostaria imenso de começar com a frase celebre da Lia, de que "Deus escreve por linhas tortas", e mais torto não podia começar o nosso dia. Para mim estava tudo bem, tinha deitado cedo, e já estava a acordar [no meu parecer] pouco tempo depois com o despertador das 4h15. 5min sentada na cama a olhar para o ontem (que nesta altura nem há ontem nem amanha -.-'), vestir, comer, arranjar, e já estava a pegar nas chaves de camisa às costas, e a arrancar para a minha querida cidade *.*
Por acaso a Daniela lembrou-se de lhe ligar mal parou ah frente de casa dela quase a arranjar estacionamento (5h30), para perceber após subir as escadas num corropio, que o despertador não tinha tocado e portanto eu fui o despertador. Muita coisa poderia ter sido feita antes, mas obviamente que isso não aconteceu. O resultado é simples, eram 6h10 e nós a sairmos de Viseu, quando supostamente deveríamos chegar às 7h00 em Coimbra.
Foi andar muito bem e como é óbvio, chegamos bastante tarde. A sorte (ou talvez não chamaria de sorte), é que o autocarro se atrasou também bastante. Chegámos mesmo em cima da hora, lá arrancámos rumo a Santarém, periferia (não matei saudades de certas rotas e paisagens :x).
Entre trocas e baldrocas, acabámos por nos sentar num local bastante apertado (estava cheiiio aquilo!) e acabou por só haver tempo para "responder" a um pedido inicial, e depois puff :/


Se decidirem me perguntar o que foi melhor neste dia, eu diria sem dúvida alguma que foi o culto. De uma forma geral, a manhã. Mas foi sem dúvida, indescritível, fantástico. A lição da escola sabatina (Rivelino Montenegro) foi rapidinho [adorei a forma como nos conhecemos todos uns aos outros, levantando e dizendo o nome todo e numero de telemóvel, muuito original], não havia muito tempo porque se seguiam os projectos da ASI, mas não deixou de ser muito atractiva. Os projectos foram passando, e nesses eu já me estava a cansar. É verdade que havia lá alguns fantásticos, que não pude evitar deixar de sentir um fervilhanço de outras alturas, de quem adoraria participar mas que, infelizmente, não tem condições temporais, familiares, ocasionais ou económicas de se submeter a tamanhos projectos. Ainda assim, penso que consegui arranjar um no qual tentarei me meter ^^ Mas aquilo cansou, de certa forma, e ainda faltava imenso para deixarmos o "puff" (ahahahah). Durante a oração foi pedido que "nos fossem levadas cada uma das nossas distracções, para que pudéssemos nos concentrar", e eu acabei por pensar para mim "é mesmo, eu realmente preciso disso, que neste momento as minhas distracções são imensas, e eu nem sei como vou conseguir me concentrar durante tanto tempo"... Mas o que é certo é que o culto começou, e não só já eu estava focada em tentar perceber o inglês do pregador David Asscherick antes mesmo que o tradutor falasse, como já me estava a rir do ar comediante e imitador do tradutor, juntamente com o ar energético e cativante do pregador que interagia com ele. E assim que dei por mim, nada do que passava pela minha cabeça antes atingia-a mais. Esqueci-me que estava numa sala cheia de gente, e passei a me esquecer aos poucos e poucos de cada preocupação, cada coisa que me tiraria a atenção. E digo, se costuma ser tão difícil nos concentrarmos durante um culto, aquele foi com certeza um culto difícil de arranjar distracção. Ele foi simplesmente fantástico, chamava a atenção, cativava-nos, e acima de tudo, trouxe-nos uma mensagem que eu nunca pensei receber. Ele não via apenas o que estava escrito nas escrituras com sujeito, predicado e complemento, ele via muito para além do que o português e a língua pode dizer, ele viu pontos que eu nunca pensei ver. E com dois simples capítulos, ele foi capaz de me tomar de uma forma, que parece que já desde de 2006 que eu não tinha uma experiência assim.
Claramente, eu senti que aquele culto estava direccionado para mim. Para falar a verdade, lembro-me de numa das minhas meditações, ter lido aqueles dois capítulos de Mateus, e reler inúmeras vezes três ou quatro versículos, que eu não conseguia entender de forma nenhuma. A mim parecia-me impossível, ou estava mesmo a ir contra aquilo que eu aprendera até à altura. Sei que decidi fechar a Bíblia e colocá-la no sítio, pedindo de seguida a Deus que me instruísse para que eu conseguisse compreender a sua palavra, porque eu tenho ainda tanto para aprender, que nem conseguia compreender aquela parte da Bíblia. Parece que me lembro agora daquele momento, em que me senti tão insignificante e ignorante, por ler e tal como aqueles a quem criticamos tantas vezes, não conseguir perceber minimamente qual era a mensagem que me era entregue ali. O esplêndido, foi quando eu percebi que aquele pregador de outra parte do país, veio até Santarém para fazer um culto acerca de uma parte da Bíblia bem pequenina (exactamente aquela que a minha compreensão não atingira), mas que me encheu de alegria quando, os poucos e poucos, ele foi seguindo o raciocínio - capítulo a capítulo, ele foi-me tirando as dúvidas, uma por uma, até que eu finalmente percebi o que para mim não tinha ficado claro semanas atrás. A forma como ele foi falando tornava tudo tão claro, que eu só me consegui sentir pequena, frágil, fraca, alguém que tem muito que aprender na vida, mas com valor suficiente para Deus enviar alguém para retirar as minhas dúvidas que entretanto foram ficando esquecidas, para que eu não voltasse a fechar a Bíblia sem perceber a mensagem que Ele tinha para mim. A mensagem que estava por detrás daqueles versículos que eu não conseguia entender, era precisamente a mensagem que eu gostaria de ter ouvido naquele momento.
É daquelas alturas que me tento a pensar "quem dera ter um pregador destes de pouco a pouco tempo. São eles que nos atingem mais fundo, que nos cativam, que nos mostram onde temos de chegar e onde estamos a errar".



Não apenas isso, como de seguida ele mostrou que aqueles versículos falavam de vários tipos de pessoas, dentre os quais eu me encontrava num deles de forma bem directa. Tal como pedido, senti que o lugar da frente me chamava, levantei-me e dirigi-me para lá. Quando dei por mim, estavam montes de pessoas do meu lado, à minha frente, atrás de mim, e aí eu podia ver que não estava sozinha, muito menos quando tinha gente que eu tanto apreciava bem do meu lado. Aí ele pediu que abraçasse-mos as pessoas do nosso lado e disséssemos alguma palavra de encorajamento. No início eu dizia alguma coisa, as situações eram caricatas, mas houve uma altura em que, dadas as circunstâncias, eu fui incapaz de dizer o que quer que fosse. Simplesmente não me saía nada para dizer naquele momento, só fui capaz de ouvir as palavras de quem compara um refúgio com uma fuga *.*. Para mim o resto bastou, e muito mesmo. Há alturas em que simples coisas como aquelas falam mais do que muitas palavras, e naquela altura, com a vontade que eu estava de chorar, não havia coisa melhor :$ Percebi mal certas coisas que me deixaram confusa da cabeça, mas já eu estava para sentar, um simples olhar da Lia bastou, e não deu para aguentar mais, já eu me estava a aprontar para uma grande dor de cabeça e uma procura por lenços de papel. Mas foi a cima de tudo, a certeza de que aquela amizade de à muito, continuava ali do meu lado para a risada do costume, e para aquelas lágrimas nostálgicas :')
Sei que aquela manhã foi tão importante, eu revivi-me e compreendi muita coisa, senti-me pequena e grande ao mesmo tempo.
Seguiu-se o almoço, e tempo para quase nada, basicamente. Acontece que mais parecia que eu estava sobre a alçada da minha segunda mãe, e tornava-se um problema eu estar com quem quer que fosse, se não estivesse com ela. Então foi um problema o dia inteiro, mesmo :/ Mas graças à Lia, para variar, sempre deu para arranjar tempinho e forma de desanuviar um bocado do monótono, vim até cá fora e desta vez, de tarde, arranjámos lugar todos juntos :)
A tarde acabou por passar rápido, com o relato da vida de Kevin Sears na primeira pessoa, uma prova concreta de que nós só temos que agradecer por tudo o que temos, e de que ninguém é um ser sem salvação.
Assim como passou rápido a tarde, também rápido nos fomos embora, já a minha segunda mae tinha metido o foguete para se ir embora xD E mais uma vez, mal deu tempo para alguma coisa, enfim -.-'

Acontece que a cabeça começou a pensar de mais de novo, algo que era escusado, como é óbvio -.-' Mas enfim, lá passou o tempo e, para variar, a Daniela acalmou-se, e muito -.-' Também já há formas previsíveis para uma pessoa se acalmar ^^
Foi um corropio, e não deu para nada. Comprar água que já estava quase a desidratar, conduzir (de portas trancadas hahahahaha, já alguém estava à minha espera para se certificar de que eu não dava cabo da entrada da garagem xD), comer, falar para acalmar *.*, ajudar na roupa, sacar musica e mimir :)

É verdade que no fundo sinto-me triste porque foi um dia em que, mais uma vez, tomei consciência da realidade que tenho de que, não posso fazer muito do que realmente queria fazer dentro da igreja. Mas enfim, cá me vou arranjando com isto :) Só tenho o que agradecer, perante o dia maravilhoso que tive *.* De certa forma senti que eu ainda valo alguma coisa considerável para alguém que é-me muito superior, e que tenho pessoas distantes que estão bem pertinho de mim.



Não me senti sozinha, como não me tenho sentido nestes últimos tempos, porque tanto de um lado como do outro, eu estou rodeada de parentes. Aliás, eu voltei para a minha família. E se porventura eu não entro todos os Sábados com a família de sangue, entro com a que eu escolhi, e quem sabe um dia não entrarei então com a minha própria família.
Eu vou porque quero, luto pelo que desejo. É verdade que há imensa coisa que eu não tenho oportunidade de fazer devido às condições familiares, mas isso não me priva de outras tantas. E embora às vezes me entristeça com isso, alegro-me porque sei que sou eu, é Deus, e é tanta gente que está lá, sempre prontos para me receber.

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2 Comments

  1. relato tal e qual como me contaste xD :p ainda nem escreveste nada foi da uni (a) nem da tua casa maravilha :p

    By shiaaa^^

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  2. Ahaha para falar a verdade Shia, eu usei tambem um pouco a mensagem, na altura as ideias estavam fresquinhas :)
    e já sabes que eu conto-te tudinho, por isso eh normal que esteja muito identico :D
    A proposito, a da uni estava preparada para fazer, e agora ja estah feita :)
    E quanto ah da casa, essa ja ta feita ah muuuito tempo, tu eh que nao viste :O Anda para as postagens mais antigas, ela está lá algures ^^

    Beijoca grande ♥♥

    ReplyDelete

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