Ainda está a custar.
Não porque agora tenho de lidar com o problema do costume, mas porque tudo voltou ao normal.
Tudo voltou ao normal, menos nós.

Actualmente está tudo bem: voltou a alegria, a boa disposição, o sorriso e as brincadeiras. Voltou tudo tal e qual como eu o conheci. E sim, é verdade, era dessa pessoa que eu tinha saudades.
Mas agora nada pode ser feito.
O sentimento não mudou da minha parte, mas da outra sim.

Custa saber que está tudo bem, e que mesmo que eu não tenha conseguido apagar os meus sentimentos, ele foi capaz de o fazer de uma forma tão rápida, como se nada fosse. Eu sei que tu és diferente das outras pessoas, em praticamente tudo - e é isso que me faz gostar de ti - mas é difícil de entender isso.

Percebi que a questão do tempo é maior do que qualquer outra, e ela não muda algo que o coração não quer mudar. Para além disso, conseguiste me pôr mais esquisita do que eu era dantes: agora acho sempre defeitos nos outros, porque vivenciei alguém que tinha precisamente essas qualidades.


Gosto de como as coisas estão agora, mas elas podiam estar melhor, e tu sabes bem disso.
Tu conheces-me, hás vezes começo a achar que me conheces melhor do que muita gente.

No início achei que não valeria a pena fazer um esforço para esquecer.
Uma manhã acordei decidida a fazê-lo.
Agora não sei se hei de fazer um esforço ou não.

Tu dizes-me indirectamente que sim, eu acho indirectamente que não, e ficamos nisto. Se calhar deixo-me ficar neste impasso que nada resolve, até alguém me fazer mudar de ideias por força maior, ou até eu cair na realidade e perceber que não há volta a dar.
Até lá, deixa-me sonhar e ir vivendo um dia de cada vez. Gosto de como falamos, de como discutimos e de como nos rimos os dois pelas nossas estupidezes. Posso continuar apegada a ti que não há problema, pois não? Tu não te importas, e eu vou sendo feliz à minha maneira...