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IMPACTO 2012 "I Pray" - Vila Real de Sto. António
September 19, 2012Que mais poderia eu dizer do meu primeiro IMPACTO?
Foi uma óptima experiência até :)
A saída foi logo na Terça-feira, dia 21 de Agosto. Saímos de Aveiro pelas 11h com dois carros: o carro do Jó, em que ia eu, ele, a Ana e a Andreia, com destino a Albufeira para apanharmos a Xaninha. Era o carro mais cheio, em que nos íamos arranjando bem por ainda termos o lugar de trás vago. O outro carro era o velhinho do Levi o qual eu já tinha tido a oportunidade de experimentar as suas grandes curvas no Nacional, mas ele agora estava bem diferente: estava muito bem equipado com o seu atrelado fantástico que baloiçava pela viagem, especialmente nas lombas, e tornava a situação ainda mais engraçada. No carro dele ia ele, o JP e mais dois moços que eu na altura não conhecia exactamente: o Valter que eu desconhecia (mal eu sabia que era o FB dele que eu tinha visto um tempo atrás :p) e o Marlon que eu mal tive a oportunidade de o conhecer no Nacional, ainda que ele tenha feito amigos comigo - dêem-me um desconto, éramos um grupo grande ainda!
Durante a viagem de 10h pela nacional - grande nacional mas com boas condições, excepto o facto de haver um (para não dizer dois ou três) camiões de 5 em 5 minutos - foi uma parvalhada completa com o levi a conduzir agarrado ao volante com capacete na cabeça tipo aviador ("oh bino!"), ou com ele a fazer de andar de canoa a remar com os braços fora do vidro, com eles os dois a conduzir aos "S", a driftar, a ultrapassar e fazer caretas, ou ainda com a avaria do Joel quando pegou no carro do Levi e basicamente meteu-se na berma para o carro que vinha de frente passar entre ele e o camião -.-'
Sim, a certa altura tivémos de trocar os condutores. Inclusive eu cheguei a pegar no carro do Jó, e tive a oportunidade de o conduzir um pouco enquanto o Levi dormia no lado do pendura, e quando o acordava para lhe pedir uma informação, ele virava-se, pegava no mapa, olhava para ele com cara de sono e dizia "segue sempre por blablabla", atirava com o mapa para trás e voltava a dormir. Graças a isso, os piscas eram feitos à ultima da hora e o Joel depois culpava a minha pessoa, argumentando que a culpa era minha por não saber conduzir -.-
Enfim acabámos por parar imensas vezes graças ao sobre-aquecimento possível do seu carro, e à troca de condutores. Foi uma óptima e divertida viagem que, depois de apanhar a Xaninha em Albufeira, fez com que chegássemos bem tarde (meia-noite já, acho) à escola de Vila Real de Sto. António, especialmente porque almoçámos na Costa de Lavos, onde estava a decorrer o famílias, com a oportunidade de ver gente conhecida (Paty, Rafa e Milo, Fifas, PP...), ouvir o grande lamento do Castelo e ainda encher-se de pizza gostosa que as cozinheiras, sempre simpáticas e prestáveis, nos ofereceram para o almoço +.+
A primeira noite foi ao relento, no campo de futebol, uma vez que dormir naquele pavilhão tornava-se impossível. No dia seguinte a alvorada foi cedo para se fechar a escola, e tive o bónus de ser presenteada logo de manhã com um beijo na testa, um "bom diaaaaaa" (prolongado e com cara de sono) e com uma repentina "rasteirita".
Daí em diante tivemos de nos habituar à ideia de dormir naquele pavilhão sufocado, e cheio de raparigas que mais pareciam galinhas (desculpem meninas, mas verdades são para ser ditas :p) na hora de dormir e na hora antes de acordar -.-
Enfim, de noite era um filme para dormir porque havia montes de barulho, e eu só conseguia adormecer com auriculares nos ouvidos e fora do saco cama, fazendo-me acordar duas vezes por noite: uma para desligar a música, e outra para me enfiar no saco-de-cama. De manhã ainda nem estava na hora de levantar, duas horas antes (6 da manhã portanto, como é que é possível! O.o) e já haviam galinhas, bolas -.-
Mas pronto, no primeiro dia lá escolhemos os nossos ateliers: a Xana e o Valter foram para bíblia, o Jó e o Levi para desbravadorismo, a Ana e a Andreia para ATL, o JP para música e eu, o Marlon e o Ri (que chegou depois com os pais), fomos para mímica.
No mesmo dia em que escolhemos os ateliers saímos de carro por ideia da Cereja para um suposto local lindíssimo em que, depois de meia hora de carro, descobrimos que já não existia :o Enfim ainda tentámos ir a uma praia durante pouqíssimo tempo, para termos o azar de o carro do Levi ter de ser rebocado e acontecer um desastezito :x Naquele dia não era suposto mesmo, defenitivamente, termos saído dali :O
No dia anterior já tinhamos aproveitado um pouquinho da praia de Monte Gordo, era muita alga e a água não estava tão quente como o pessoal dizia que era a água do Algarve, mas enfim, era praia +.+
Nesse mesmo dia tinha-me sentido um pouco em baixo porcausa de algo que eu já me devia ter habituado à muito tempo, porque são 8 anos a lidar com isso, mas que de vez em quando, nas alturas em que me sinto um pouco mais isolada e incapacitada, me faz sentir realmente vazia. Talvez também porque até ali eu estava habituada a ter a minha "irmã" que sempre me vinha fazer um pouco de companhia quando eu ficava para trás :x (Lia, a culpa é tua por eu sentir tanto a tua falta! =[ )
Mas a moina lá me passou, e ficou tudo bem :)
A primeira semana lá passou rapidito, e eu achava aquilo tão monótono e tão calminho, que eu dizia mesmo: "ahhhh, que saudades do meu nacional". Ainda para mais, as mímicas eram distribuídas e eu nas primeiras nem fazia nada, então simplesmente ficava a olhar ou a falar.
Felizmente, depressa esse pensamento me passou. Assim que fizemos a primeira saída à noite, pintei pela primeira vez a minha cara e vi a quantidade de sorrisos à minha volta assim que eu abanava as minhas luvas brancas de um lado para o outro, comecei a gostar daquela magia especial do ser mimo e de contactar com as pessoas com os gestos.
É verdade que durante o IMPACTO fiz uma criança chorar, mas muitas foram as que fiz sorrir graças a Deus :)
Na segunda semana o trabalho na mímica era intenso: eu estava a gostar especialmente das noites, eram fabulosas, e eu adorava participar nas mímicas, mas custava-me ver quando os outros ateliers saíam para a praia, iam mais cedo para a outra escola dormir ou ainda tinham tempo para praticar desporto, quando nós tínhamos de ficar até às tantas na mímica para treinar.
Mesmo na hora do jantar, tínhamos de ser os primeiros e logo de seguida já era obrigatório começar a pintura facial o mais rápido possível. A minha sorte era que levava no meu tabuleiro as coisas para o Joel, e sempre tinha a oportunidade de ter quem me pintasse a cara de seguida para eu me despachar, uahuahuaah é troca por troca, está bem feito! xD
Em meio a tamanho cansaço cheguei mesmo a dizer "eu não volto para a mímica, adoro fazer de mimo, mas o treino das mímicas dá cabo de mim e eu gostava de ter mais tempo para conhecer os outros e descansar."
O problema de quem gosta da mímica é que, mesmo depois de saber que vai ser assim, acaba sempre por voltar para lá, ahahahha Enfim, pelo menos não posso dizer que não tentei, e que nunca concretizei o meu sonho pequeno de criança, quando quis um dia fazer aquilo que o Ismael, com a cara pintada, me fez durante um sábado inteiro - quase que parecia cola e sombra dos meus movimentos xD
Foi muito bom porque fiz imensas pessoas sorrirem, pude fazer algo que adoro, como fazer estupidezes que me apetecessem sem vergonha, porque o papel do mimo é mesmo esse; pude ser criança e brincar com crianças, pude fazer pessoas cabisbaixas ou casmurras esboçarem um sorriso; pude ter vontade de rir até mais não mas tive de me controlar para não mostrar os meus dentes que se mostravam mesmo amarelos devido à tinta ser demasiado branca, e ainda tive a oportunidade de tirar fotos com muita gente e ouvir de almas queridas como a do JP que eu era das suas mimas favoritas, oinh +___+
Ser mimo é especial e tem uma magia única. Tudo aquilo que é feito, desde os jogos ninja, às nossas orações, às sessões fotográficas que só os mimos têm direito, aos quadros de animação que fazíamos com as pessoas que queríamos (em inglês e tudo! +.+), ao nosso "grito" com as mãos a abanar no ar,às formas que utilizávamos para descrever alguém (os caracóis na Ellen, a palmada no rabo para descrever a bunda...) ou algo (por exemplo o facebook - apontar para a cara e abrir um livro xD) ou ainda as pessoas que chamávamos para traduzir-nos, como foi o caso do Dudu, da Cereja e do Jó mais permanentemente, porque houve ainda outras pessoas que pesquei para explicarem o que se estava a passar quando havia falta de folhetos, as pessoas faziam muitas perguntas as quais não conseguia explicar por gestos, ou quando havia dúvidas nos folhetos.
Lembro-me em particular daquele grupo de estrangeiros super altos que estavam em filinha de altura sem querer e eu, feita pequena, fui-me meter com eles e com a altura deles. Os tipos falavam inglês e eu fiquei extremamente triste por notar que não podia falar com eles por ser mima. Fui chamar o Joel, e lembro-me que foi altamente cómica a conversação, e senti que mais uma vez eu fiz algo de útil enquanto alguém que definitivamente não pode falar :p
Havia de tudo: pessoas que nos recebiam bem, pessoas que fugiam de nós, pessoas que nos ignoravam, pessoas que vinham ter connosco de sorrisos abertos para brincar connosco, crianças que corriam na nossa direcção de braços abertos, pessoas que, como viam que nós não falávamos e só usávamos gestos, respondiam-nos só em gestos como se também fossem mimas -.- Chegámos ainda ao ponto de ter um miúdo que paralisou, não respondia à Ellen, não pestanejava, agia como se fosse cego ou algo do género, e não se mecheu enquanto não nos afastámos imenso dele O.o
E depois havia pessoas que se metiam connosco, e que tiravam conclusões semelhantes às de outras pessoas já conhecidas da nossa parte, como foi o caso de um senhor que veio dizer que eu estava muito magrinha, e que os meus ossos da clavícula se notavam imenso (que novidade! É que ninguém nota nem nada ;p), mas que no início expressou um "o que é que é isso que tens aí?" muito claro xD Rapidamente fui chamar o Jó para ele se rir e expressar a sua gratidão por ter encontrado alguém que acha piada ao meu "bambi", segundo eles os três (o Ri e o JP também), quase quatro com o Vasco decidiram apelidar (porque é que em todos os acampamentos alguém tem de lhe dar razão? =@ ).
Lembro-me ainda de um grupo de adolescentes que estavam sentados num banco quando nós preparávamos para ir fazer a mímica (altura em que se ouvia aquelas vozezinhas dos fantoches :o) e que, depois de os ver, fiz-lhes sinal para irem até ao outro lado e verem a nossa mímica. Fiquei muito contente pois não só eles obedeceram e viram a mímica do início ao fim, como também os vi no dia seguinte na praça.
Fiquei especialmente contente por termos tido na nossa direcção o Marlon e a Ellen, foram dois excelentes directores que nos compreenderam (especialmente a mim que tive problemas em executar determinado papel =x), e que foram ambos super amáveis :')
A determinada altura fiquei um pouco mais triste por ver que tantas pessoas tinham experiências espirituais e eu, como era mima e não podia falar, tinha de sempre chamar alguém para me traduzir, seria muito difícil de ter algo para contar. Mas o que é certo é que senti que nós fazemos a diferença. Para além de eu poder interagir com as pessoas de uma forma que mais ninguém pode, e de sermos muitas vezes nós a chamarmos as pessoas para verem o que se passa na praça, apenas tive a noção do verdadeiro impacto que a mímica tem quando fiquei pela primeira vez de fora, e observei a cara das pessoas à minha volta que viam a mímica do pintor, e sorriam tanto quando podiam a cada gesto que o Marlon fazia na tela.
Foi tão fantástico e eu fiquei tão colada na mímica, que eu mesma me esqueci de onde estava, que estava vestida de preto, com luvas brancas e com cara pintada, que quando uma criança fez um comentário sobre a mímica e este estava errado, eu feita croma acabei por explicar a mímica sem notar que não podia falar, até regressar à realidade -.-
Ficar sem falar não é assim tão difícil, porque é giro, e mesmo uma pessoa como eu que adora falar passa muito bem sem falar no mimo, porque pode compensar com as estupidezes que vai fazendo.
Mas a maior prova de todas que podia ter relativamente à nossa utilidade foi quando conheci um grupo de miúdos com idades entre os 10 e os 14, que mais tarde se vieram a tornar nos "filhos da AZZIP", apelidados pelo Ri.
É uma grande e bonita história, que eu vou tentar encurtar tanto quanto posso. Digamos que, enquanto estavam os mimos a jogar ao ninja (foi um jogo super que aprendi no IMPACTO e que adorei +.+), um grupo de miúdos curiosos passaram e pararam mesmo ao nosso lado enquanto nos observavam. Eu estava tão concentrada no jogo que nem dei por isso, tendo-me chamado à atenção apenas quando um dos miúdos (o André), perguntou bem alto "o que é que eles estão fazendo?" - mesmo típico sotaque de alentejano, auhauahuah
Rapidamente perdi, e saí disparada ao seu encontro para tentar explicar o que estávamos a fazer exactamente. A princípio eles começaram a fugir e nenhum deles queria falar comigo, o pequeno que tínha falado ia-se rindo e afastava-se me mim enquanto falava e mandava-me ir dormir.
A certa altura ficou na hora de nos irmos embora e o Marlon foi-me buscar para ir embora. Disse adeus com a minha luvita branca e lá fui eu.
No dia seguinte eles voltaram a passar por mim e vieram ao meu encontro. Tentei comunicar um pouco com eles e e ao me perguntarem o nome, expliquei com gestos que me chamava Daniela. A partir daí, todas as noites eles me chamavam para eu ir ter um pouco com eles.
Desgostosa por saber que apenas os iria ver de noite e que nunca teria a oportunidade para falar realmente com eles, pedi ao Joel que, quando os trouxesse até ao atelier de Desbravadorismo por achar que eles iriam gostar, que ficasse com os seus contactos para eu depois falar com eles quando o IMPACTO acabasse.
Na noite em que fiquei com os contactos deles, aconteceu que na ida para a escola de dormir, deparei-me com eles bem na entrada da escola. Corri rapidamente para dentro da escola, tirei as luvas, peguei numa toalhita e, enquanto retirava a maquilhagem, comecei a falar com os miúdos. Foi fantástico, porque pela primeira vez tive a oportunidade de falar com eles, e ainda falei bastante.
Nunca vi ninguém a nos seguir da praça até à escola a não ser aqueles miúdos. A partir daquela noite, eles procuravam por mim de dia na escola onde tínhamos treinos, e lá ia falando com eles sempre que podia. Senti que mais ninguém poderia fazer aquilo que eu, enquanto mima, fiz com aquele grupo de miúdos a quem de certa forma também me apeguei.
Enfim, vim do IMPACTO com filhos e com óptimas experiência para contar, porque o acampamento evangelístico não fica só por aí.
Tive momentos fantásticos de total rizota, e um dos motivos foi precisamente o facto da Alé ter vindo para visitar o IMPACTO, e ter acabado por ficar com o lugar de uma moça que foi embora, graças à ajuda do Freud também.
Foi óptimo voltar a tê-la comigo, e sempre fazia os possíveis para a ajudar.
Fiquei com pena porque ela ficou toda triste por ter rebentado um dos chinelos nos pés dela, quando podia ter sido tão bem comigo! Foi mesmo azar :x
O que é certo é que eu rime bem com a situação por partilharmos tudo quanto podíamos, e por eu ter a oportunidade de voltar a me meter com ela, a rir-me tanto quanto podia, e aproveitar para estar com ela, porque eu sabia que assim que me despedisse tão cedo não a voltaria a ver :/
Conheci ainda bastantes pessoas, e algumas reconheci. Reconheci porque já tinha ouvido falar mas ainda não sabia quem era (como foi o caso do Paulo, por ser irmão da Filó e namorado da Diana; ou o Vasco da Cristininha, que também já o tinha visto de raspão e cumprimentá-lo sem o conhecer em condições, mas ele veio a ser alguém que eu gostei imenso, e que para o ano o terei no meu grupo de mensageiros =3 ), porque já tinha visto mas ainda não conhecia (Valter, pelo FB), porque desconhecia as suas ligações de família (como o caso do André e a Joana serem irmãos, coisa que só reparei quase no fim do IMPACTO =O ) ou ainda porque, apesar de os ter visto e eventualmente lhes falar durante o Nacional, não tive a oportunidade devida de os conhecer: como foi o caso do Freud, alguém que eu adorei e que gostaria imenso de continuar a ver, não apenas por ele ser porreiro, se importar connosco e tentar dar a volta para nos ajudar, porque senti uma grande empatia com ele por os mais diversos e óbvios aspectos - porque senti que ele é alguém especial, e alguém assim dizer-me que eu é que sou especial, é algo de muito valor e impensável para mim. Outra pessoa foi ainda o Marlon, alguém com quem me dei mesmo muito bem devido à nossa forma de pensar e às nossas ideologias, porque com ele eu podia ser mima mesmo idiota, porque adorávamos fazer o mesmo, e agora já posso lhe dirigir tão bem a palavra para o ano no Nacional, que já o conheço muito melhor. Algo que ainda me deu muito gosto foi o facto de ele ficar um ano parado para melhorias, mas ter em plano abrir um ginásio, em quem sabe ir para a UTAD no meu curso, isto é, fantasticamente eu ter a oportunidade de ter um afilhadinho querido +.+
Revi ainda durante os sábados e no último dia na praça pessoas como o Iuri e a Paula, a Zelly e a Lili, e um bom grupo de pessoas do Nacional, entre as quais se encontravam ainda o pessoal dos Pioneiros que criou a musica do momento, a Marta dos Amigos e ainda mais gente conhecida.
Também foi o caso do PP a quem já ganhei um laço inevitável por tê-lo tido em Vila Real, que eu lá ia falando com ele, brincando com a sua pequenita Eva que sempre vinha com uma bola ou algo do género ao meu encontro para brincar (acho que engraçou comigo, adoro pequerruchos +.+ ) e até mesmo com o João, que é um simpático! ^^ De vez em quanto lá observava o olhar atendo do PP a reparar e a tentar captar certas coisas que se tornam um enigma para muitos xD
Ainda que tenha havido alguns conflitos com algumas pessoas as quais ainda vou tendo em mente, algumas que já trazem problemas desde o início de Agosto, outras que tentavam se meter de mais nos assuntos pessoais e fazer demasiadas perguntas, nós lá íamos tentando arranjar solução para esses problemas.
Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas. Começo por descriminar a Magda Sofia, mais conhecida por Bunda. Foi alguém que eu gostei tanto, tanto mas tanto de conhecer, que confesso que ganhei grande afeição por ela. Ela é uma menina muito simples e expressiva, que se dá bem com todos e é muito clara e transparente, daí eu adora-la a fazer as mímicas, porque ela entra realmente no papel. Para além de ser imensamente sociável, ela é uma querida, e eu vou ter muitas saudades dela porque ela está lá para as suíças :[ Uma coisa é certa, vou fazer de tudo para que ela possa de facto vir ao Nacional no próximo ano, e eu a possa reencontrar +.+
Entre várias pessoas que tive a oportunidade de conhecer, gostei também muito da Carolina, que foi desbravadora do Joel no Nacional, e a sua mana Joana, mais fechada, mas também muito simpática. O que eu mais gostava nelas era o facto de a simpatia delas não ser nada comparativamente com a simplicidade que elas transpareciam. Duas meninas simples e queridas, que com o tempo começaram, especialmente a Carolina, a mostrar alguma empatia pela minha pessoa enquanto mima ;) Talvez o que me tenha aproximado um pouco mais delas ainda foi ainda a santa ceia.
E por falar em santa ceia, essa não poderia faltar nesta postagem de forma nenhuma - até porque se eu não falasse de essa noite, não valeria a pena sequer falar de IMPACTO 2012, porque esse foi o momento mais espiritual e mais tocante de todo o evento.
É verdade que houve algumas meditações feitas pelo pastor Daniel Vicente que senti como se fossem direitinhas para mim, não só a mim, como pela primeira vez vi alguém que eu julguei durante tempos ser tão rígido sentir-se comovido (algo que retirei completamente da ideia uma semana depois) e directamente afectado. O pastor não só foi usado de uma forma muito directa por Deus para tocar a cada um ali presente, como eu ainda gostei imenso da ideia dele da Sala de Oração, que foi o meu refúgio na altura em que me senti tão vazia e tão angustiada com aquilo que se passava à minha volta.
Às minhas orações e à minha necessidade de o procurar para o sentir na minha vida, Ele foi claro e mostrou: "Eu estou aqui, é isto que tens de fazer". Ele não só resolveu os meus problemas de um dia para o outro, como foi aos poucos e poucos clareando o meu caminho e me mostrando os passos que eu deveria dar a cada momento. Ele conseguiu fazer com que uma pessoa que me estava a incomodar e a enraivecer fosse se tornar numa companhia agradável e alegre logo no dia seguinte do meu esgotamento de aguentar tudo aquilo.
Deus actuou das formas mais incríveis neste IMPACTO, não que tenham sido formas indirectas, porque neste ano, durante estes 10 dias, todas as formas de intervenção de Deus na minha vida e na vida das pessoas importantes à minha volta foram todas directas e práticas: não havia dúvidas de que era Ele a actual e a nos guiar.
Mas a Santa Ceia foi realmente o ponto mais alto do evento.
Faz anos que eu já não tinha uma boa Santa Ceia num acampamento. Sempre que fazia tinha a Lia para ficar comigo, e das coisas que eu mais gostava num acampamento, para além dos jogos de aproximação (tinha que ser :p).
Este ano eu não tinha bem com quem fazer, e acabei por ficar com a Sara, uma menina muito querida, simpática e simples também, um pouco reservada e tímida, que fez mímica comigo ^^. Mais uma vez senti um pouco a falta da Lia, mas rapidamente o ambiente espiritual ali presente me apagou dos problemas à minha volta. Depois de aproveitar aquele paté que adorei e mais tarde vim a saber que era de ervilhas (como é que é possível, estava maravilhoso :o) e de me encher de frutas, inclusive de manga, fizemos todas as coisas normais da Santa Ceia. A mímica passada pela Ellen e o Marlon também foi muito tocante e só aumentou ainda mais o ambiente espiritual.
Posso dizer que enquanto escrevo isto no blogue a minha pele fica toda arrepiada só de me lembrar o quanto senti a presença de Deus naquele momento. Houve várias coisas que me tocaram naquela noite.
Uma delas, foi o facto de Deus ter tocado no Levi para que ele testemunhasse no momento certo. Podia ser qualquer pessoa daquelas que ali estavam, e elas eram tantas! Mas foi ele mesmo, porque ele era preciso para fazer pelo menos uma pessoa, tomar um passo gigante que eu nunca pensei que ela fosse tomar.
Eu apenas sabia a história do Levi por alto, e como ela me fez lembrar do que eu passei nos últimos anos, apenas em condições diferentes! Senti tanta gente comovida com o seu testemunho, que eu louvo a Deus por Ele ter escolhido aquele pequeno e outrora perdido filho a falar daquilo que ele passou, e da forma como ele foi resgatado.
Mas não bastava apenas isso, aquela Santa Ceia fez com que nos aproximasse-mos uns dos outros de uma forma incrível. Houve pessoas que ali pediram perdão por coisas que durante anos remoeram, que confessaram a alguém sentimentos adversos que tinham contra eles, que abraçaram o irmão que outrora lhes fez mal, que aconselharam uns aos outros e mais do que isso, houve decisões importantes ali tomadas, e houve revelações da parte de Deus aos seus filhos relativo àquilo que deveriam fazer.
Foi um momento em que eu senti que deveria ir ao encontro de alguém que eu amo ainda que nem sempre o demonstre tanto, e que eu sabia que estava a passar por tamanho sofrimento que eu de certa forma consigo compreender, e que eu sabia também, que agora precisa mais do que nunca do apoio dos seus amigos. Foi difícil sentir de tão perto o seu sofrimento e a sua angústia, mas foi tão bom sentir que ele precisava de sentir o meu apoio naquele momento.
Não só isso, como também houve uma altura em que, no meio a tantos abraços, eu senti que havia um mais especial, e que Deus me estava a dizer "volta, é ele. Tens aí a minha resposta." Algo que eu tivera tanto tempo para procurar, naquela noite eu senti a resposta de forma tão clara como nunca antes, e eu sei bem porquê: para além de ser no seu tempo, ali eu conseguia ouvir a voz d'Ele, porque ali a Sua presença se manifestava. Eu estava longe de mais para O ouvir, e eu sabia bem disso.
Depois disso as coisas tornaram-se diferentes, houve uma ligação e uma partilha distinta de antes, e eu senti que aquele era o caminho que eu deveria tomar, e que com Deus, todos os problemas que possam surgir poderão ser ultrapassados, desde que sejam feitos com Ele.
Mal eu sabia que a minha alegria não eram só as palavras de encorajamento dos outros, os sorrisos e abraços que eram dados e manifestados, mas que ainda haveria mais coisas por vir.
Antes mesmo de dormir, tive a oportunidade de descansar um pouco os olhos enquanto falava e sentia uma companhia que já não sentia de perto à algum tempo (talvez excepto na quarta-feira em que fomos à praia, no dia livre, em que eu senti que as coisas começaram a mudar de certa forma a partir daí, especialmente no momento em que esperávamos pelo almoço, e começamos a falar de coisas mais pessoas, que faz tempo não partilhavamos, como as nossas grandes preocupações e esperanças para o futuro), quando me foi dito que havia uma decisão tão importante que havia sido tomada de vez, enquanto que eu andava a tentar tomar a minha aos poucos e poucos.
Foi algo que eu nunca esperei que fosse acontecer de uma forma tão rápida, e tão em frente a mim.
Tive vontade de gritar um obrigado ao meu Deus grandioso ;')
No dia seguinte tínhamos de nos pôr a pé bem cedinho para fazer as limpezas o mais rápido possível e nos pôr a andar. Ainda tivemos a oportunidade de nos despedir do André enquanto o Ricardo ficava sentado no trono e atrasava a nossa saída, ahahahah
A viagem foi ainda mais comprida do que a de ida, mesmo tentando descansar (confortavelmente :3), parece que nunca mais chegávamos ao destino. Ainda por cima havia um desvio que tínhamos de fazer para ir até a Viseu, pelo que demorou um pouco mais.
Chegámos já pelas 11horas a Viseu, onde tivémos um jantarzinho com vitelinha bem tenra à nossa espera, que me soube mesmo bem, apesar de eu estar tão cheia. Pelos vistos não soube bem apenas a mim, porque havia pessoas que não se importavam nada de saborear a refeição (e como eu aprecio vê-las a comer! :3).
Dessa forma pude ir buscar as minhas malas e ver um pouco o pai, ainda que pouco, que fez salada de fruta, porque ele sabe bem aquilo que eu gosto ou não.
É verdade que o desvio atrasou um pouco e tivemos de nos despedir do Levi cedo (depois de sujar o carro todo do Joel e assim), mas ainda que eu sentisse que havia pessoas super insatisfeitas por termos de o fazer, sempre foi bom termos ido :D
Foi então que lá partimos e, depois de deixarmos toda a gente em casa e de continuarmos a fazer transgressões na estrada (socorro :o), chegamos à uma e tal da manhã a casa do Jó.
Estava tão cansadinha que a primeira coisa que fiz foi vestir o pijama e me deitar.
Dou graças a Deus mais uma vez, porque até naquele dia, Ele me deu razões para acreditar que tudo se ia resolver da melhor forma possível, até porque eu preciso de pessoas que falem comigo sobre aquilo que as preocupa e as envolve, e ultimamente eu não parava de falar e de ouvir no mais simples silêncio, baixinho.
Duas noites depois, já estaríamos prontos para ir até ao Salgueiro.
Por enquanto fica-me gravado apenas que fui até ao Algarve (e bem na ponta de Portugal) por 27€, pouco mais daquilo que pago quando passo um fim-de-semana em Aveiro vindo de Vila Real :O Dá para acreditar nisto? É pura verdade ;)
E assim foi o IMPACTO, um evento fantástico o qual queria voltar a repetir (mesmo sabendo que para o ano não irei), que me ficará na memória pelas maravilhosas experiências espirituais que me trouxe, pela qualidade do pessoal que está na fotografia e que capta tão bem os momentos cruciais (os meus parabéns ao Carlos e à Daniela em especial, mas também ao Joel e ao Enoque Moisés) e finalmente pela alegria e por marcar tão bem este fim de férias para mim, que elas estão quase a acabar!
Mas até lá, quem sabe ainda não há muita coisa para se passar, uahuauah
Por enquanto, voltei ao "é complicado", acho que nunca ninguém me vai compreender xD
(faltam muitas fotos por ainda, depois de séculos, estarmos à espera delas -.-)
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