Living Portugal
(Des)Ensino Português
February 11, 2013
Alguém uma vez disse: "nós temos o melhor sistema de ensino que existe em todo o mundo".
Escusado será dizer que nem coloquei a hipótese de esta afirmação ser verdade.
Um tempo depois, outra pessoa disse: "Portugal forma alguns dos melhores profissionais e educadores do mundo."
Profissionais? Onde se tudo que aprendemos é teórica a qual nunca terá aplicação na nossa vida?
Educadores? Vocês querem dizer, pessoas com jeito de despejar matéria em cima dos outros a uma velocidade incrível?
Paremos um bocado para pensar: para que é que eu realmente estudo? Devo eu aprender apenas informação e informação acumulada? Quanto tempo passo eu a me dedicar às coisas da escola?
Eu seria ainda mais precisa ainda: para quem já estudou e agora se encontra a trabalhar, de tudo aquilo que estudou, o que é que lhe serviu mais tarde a nível profissional?
Muitas vezes os adultos gostam de dizer que é importante estudar, e eu estou totalmente de acordo com essa opinião. O que é que vou dizer ao meu filho, que não estude?
Como é óbvio, não o farei, até porque sou uma das primeiras pessoas a colocar os estudos muitas vezes em primeiro lugar, e isso reflete-se nas minhas notas.
Mas o problema não está em os estudos serem importantes ou não.
O problema está naquilo em que o nosso país transforma os estudos.
O nosso país transforma a escola numa prisão, e as exigências cada vez maiores são realizadas à velocidade da luz. Iremos nós viver até aos 30 anos a estudar, quando podemos nem o triplo viver? Mas que raio de vida é esta em que vivemos a olhar para letras e letras, que não irão ficar na nossa cabeça permanentemente?
Ler é importante sim, mas ler coisas que realmente tenham interesse e nos tragam cultura. Falar de formulas matemáticas as quais nunca irei necessitar trazem tudo menos cultura para mim, porque pergunto-me que tipo de pessoa chegará à minha beira e terá a vontade de falar dos "x", "y" e de fórmulas muito mais complicadas.
A questão não está na matemática, está naquilo que Portugal designa como estudos, formação.
Atualmente, acredito que estejamos a ser formados para ser uns verdadeiros burros.
Burros que chegam a uma entrevista de trabalho com um currículo muito preenchido de estudos, acompanhado de uma grande quantidade de incapacidade para realizar algo no qual nos especializamos.
Ainda que sejamos bons na nossa área, expliquem-me para que foram tantas disciplinas, tanto tempo perdido em matérias complicadas, se nunca mais terei de as ouvir ou mexer nelas na minha vida!
Sabem o que é que nos falta nas escolas?
A escola é um meio de ensino, no entanto os nossos alunos estão cada vez mais mal criados, cada vez com menos valores e cada vez mais incapazes de ajudar os pais nas suas vidas em casa.
A escola não deveria educar?
Então expliquem-me, não seria melhor a escola ajudar na educação? Onde estão aulas que ensinem os alunos a serem educados e respeitadores dos outros?
Os nossos jovens cada vez menos sabem cozinhar, vivem da restauração e dispendem o dinheiro deles ali, na ignorância de não saberem se alimentar.
Não seria importante para as crianças aprenderem a cozinhar?
Não estaremos nós a focar a nossa atenção nas coisas erradas?
Expliquem-me onde está o bom senso das pessoas que dirigem o ensino no nosso país.
Os lares estão-se a destruir e não há tempo para a familia.
É verdade que os empregos tardios não ajudam, mas a escola pouco está a fazer para ajudar nisso.
Porque é que as crianças e jovens têm de passar o dia todo na escola?
Onde está o tempo delas livre para aprenderem por elas, aproveitarem o tempo de recreação, desenvolverem as suas capacidades físicas e intelectuais?
Porque a escola não está mais a ajudá-los a desenvolverem-se intelectualmente, está a prejudicá-los e a impedir que se especializem e se desenvolvam naquilo que realmente gostam!
(lembrem-se que a criança pode descobrir os seus gostos até a ajudar os pais na lida em casa!)
A verdade crua é que temos de despender tanto tempo na escola e em disciplinas que não gostamos, que deixamos de ter tempo para as coisas que realmente gostamos e que muitas vezes são tão importantes!
Estamos a formar "nerds" aparentes que passam o dia sentados em cadeiras a ouvir matéria por um ouvido e a sair por outro, para terem de chegar a casa e voltar a repetir a matéria, quando as horas ótimas de concentração já passaram à muito tempo!
Pergunto-me: não seria mais inteligente aproveitar as horas em que os nossos jovens estão realmente capazes e disponíveis para receber informação, e lhes dar-mos pouca informação de uma vez?
Para que serve a fisiologia? Para que serve a matemática demasiado profunda? Para que servem teorias e definições?
Estas disciplinas servem sim, para quem as quer seguir, mas porque todos nós as temos de ter se não têm qualquer utilidade?
Pergunto-me: alguma vez eu irei explicar a um meu atleta o ciclo de krebs? Não, porque nem ele irá perceber, nem tem lógica eu perder o meu tempo com isso! A teórica só tem lógica quando vem acompanhada da prática, no entanto muitas vezes me pergunto: onde está ela?
Precisamos da prática, precisamos da experiência, porque o saber teórico não leva ninguém por si só a um saber prático, e nós precisamos é da prática a nível profissional.
Então e para que serve a leitura de livros massantes, e para que tenho eu de os estudar detalhadamente? Algum dia irei eu estudar detalhadamente um livro quando eu o for ler?
Que eu saiba só irá haver um livro que eu possa querer estudá-lo, mas estes livros não contribuem para tal, nem eu preciso desses estudos para aprender a estudar a Bíblia.
Não era suposto estimularmos os alunos à leitura? Ou vão dizer que ainda se perguntam porque é que as crianças cada vez mais não gostam de ler? Não acham de apresentar em português livros interessantes para eles e adequados à sua idade, seria um bom estímulo à leitura?
Se eu contasse todas as horas que gastei da minha vida para estudar, todas as horas que abdiquei do meu tempo pessoal para realizar trabalhos para a escola, e a quantidade de avaliações que já fiz na minha vida inteira, acredito que nem eu mesma queria acreditar naquilo que via.
E se eu pudesse juntar em gigas (mega-gigas, diga-se de passagem) a quantidade de informação que pus (ou que tentei pôr) na cabeça, com certeza que o meu computador ficaria demasiado lento, necessitando de formatação urgentemente.
Agora imagino as crianças que estão a iniciar os seus anos letivos nas escolas, e que ainda enfrentarão mais dificuldades do que nós. Eu que já passei por tanto estou tão cansada de tudo, e eles ainda estão no início e ainda têm um percurso tão grande a percorrer!
A final de contas, o que é que é mais valioso? Alguém que sabe pouco, mas que realmente sabe daquilo, ou alguém que já ouviu falar de tudo e mais alguma coisa, mas quando perguntado não sabe de nada?
Nunca se perguntaram porque é um assombro tão grande o nosso primeiro trabalho, e a altura em que saímos dos estudos para entrar no mercado de trabalho?
Porque é que ainda assim muitas vezes não sabemos bem o que queremos fazer?
Embora tenhamos cursos excelentes que ainda nos vão ajudando a nos revelar o que realmente queremos fazer, ainda esses têm muita matéria e disciplinas desnecessárias.
Não seria mais simples oferecemos mais especificações? Mais oportunidades de simulação profissional? Muito mais estágios do que disciplinas?
Faríamos um favor às empresas que receberiam ajudantes de graça e os nossos alunos realmente aprenderiam alguma coisa decente!
Nós saímos de um curso sem saber o que estivemos ali a fazer, muitas vezes!
E porque há tanto abandono escolar?
Pensam que decorar tanta matéria e ter de fazer avaliações que não nos facilitam, mas nos prejudicam, e ainda ter notas as quais nunca são altas (porque para muitos professores os 19 e 20 existem, só na escala), e em que os que não se esforçam são mais beneficiados do que os que se esforçam, é fácil?
Pensam que dá vontade? Que motiva? Que estimula?
E que raio de ensino sem custos é o nosso?
Porque é que um livro sem informação pertinente é tão caro, quando mais tarde será deitado ao lixo?
E é que nem me vou atrever a falar do sistema de avaliação dos ensinos e professores, porque também isso dá muito pano para manga -.-
Algo que me tem importunado muito é a forma como a nossa cultura tem mudado.
Se as crianças desde pequenas tivessem a oportunidade de aprenderem um pouco da Bíblia e de orar como antigamente, com certeza elas seriam muito mais abençoadas e os valores delas seriam muito melhores.
Elas aprenderiam porque deveriam amar os seus amigos, a professora, os seus papás.
E elas seguiriam com a certeza de que alguém no céu olha por elas.
Tenho consciência que muitas pessoas que não acreditam em Deus me diriam: elas não são obrigadas a acreditar na Bíblia nem a fazerem o que não querem.
Ah, muito bem.
Então expliquem-me porque raio é que eu tenho de decorar a teoria da evolução, quando ainda por cima é uma teoria, não é nada comprovado, e que é necessário uma fé maior do que a de um criacionista para aceitá-la!
O problema, é que os professores não a estão a considerar como uma teoria, eles na realidade ensinam o darwinismo como algo que realmente aconteceu, e hoje em dia as pessoas crescem na ignorância de que tudo, até teorias que elas decoram e colocam na cabeça, é verdade!
Os alunos deixaram de se questionar, eles simplesmente apontam tudo o que os professores lhes dizem para na avaliação serem bem sucedidos. A final de contas, não consigo imaginar o que aconteceria se eu chegasse a um teste de história do 7º ano e respondesse às perguntas do homo erectus com uma base criacionista, refutando a teoria da evolução.
As crianças também não são obrigadas a ouvir isso, pois não?
No entanto elas levam com as crenças dos professores, que são obrigados a falar do que os livros trazem, e hás vezes ainda afundam mais naquilo que eles acreditam fielmente que seja a verdade.
Onde está Deus neste mundo?
Todos cada vez mais o colocam de lado, e o nosso ensino cedo o começou a fazer.
Sou alguém que não tem uma memória muito boa, e que com muita dificuldade entra nela alguma coisa que aprendi para ficar de forma permanente. E a ti Portugal, quero-te agradecer por me teres feito uma ignorante, uma burra em todos os sentidos, porque me dediquei para ter aquilo a que o ensino diz serem boas notas, dispendi do meu tempo pessoal para conseguir sem uma aparente boa aluna, que se marca não pela sua inteligência, mas pelo seu esforço.
Lembro-me de ser pequena e de ser criativa, de ser inteligente, de me empenhar em descobrir tudo e em ser melhor em tudo. Destacava-me por mexer melhor do que ninguém nas tecnologias, por adorar ler quando mais ninguém o fazia, por repôr aparelhos eletrónicos que mais ninguém dava nada por eles, por se interessar por outros países, natureza e história, e por muitas vezes ocupar o seu tempo pessoal com escrita, leitura, jogos culturais, pesquisa e outras atividades que faziam de mim uma pessoa realmente melhor.
Mas sabes Portugal, a escola ocupou-me tanto que deixei de fazer aquilo que sempre gostei: deixei de ler, deixei de escrever, deixei de assistir a programas de cariz cultural e a ler livros de outros países e de natureza.
Tornei-me uma ignorante e inculta às tuas custas.
Atualmente tenho vergonha por saber que aquilo que eu sei é nada. Quando alguém sugere jogarmos trivial ou outro jogo do género, simplesmente tenho vontade de me sentar a assistir os outros a jogar.
E o que custa mesmo, é saber que eu poderia ter sido uma pessoa muito diferente, se não tivesse colocado tanto em primeiro lugar aquilo que os meus pais me faziam considerar como sendo o mais importante, quando acabou por se tornar na minha ruína pessoal.
Esta postagem fica aqui, para que saibas país, que aquilo que fizeste não me foi ensinar, mas sim me desensinar.
E para quem leia, já sabe a minha opinião e não a irei mudar. Estudar é importante, mas não ao ponto que o nosso país o faz. Sinto-me vítima de um sistema de ensino que é tudo menos dos melhores, e que muito facilmente pode fazer uma pessoa perder o seu tempo em assuntos nada interessantes e sem qualquer tipo de utilizade, para deixar de usá-lo com aquilo que realmente tem utilidade.
E para finalizar, quero ainda deixar o meu desagrado pela escola estar cada vez menos preocupada com o objetivo da nossa via: a escola ensina-nos que estamos aqui por acaso, e que a nossa existência não tem qualquer objetivo.
Que bom aprender isto, ahn?
A final de contas para que vivemos? Estudar e trabalhar? Mas que rumo de vida mais infeliz!
Tenho todo o orgulho em dizer que o nosso ensino está cada vez pior, e que a escola só merece que os alunos lhe deiam tão pouca importância quanto possam, porque aquilo que ela ensina, só faz deles pessoas que acomulam informação, alguma dela até não comprovada, só porque alguém disse ou porque alguém pensou, ou porque alguém fez.
Estou farta deste ensino, estou farta de estudar.
E o que me entristece, é saber que necessito de gastar o meu tempo todo, e de continuar a ser ignorante nesta história toda, só porque um dia comecei a fazer aquilo que a sociedade ensina ser o correcto: esforçar-se nos estudos.
Quem puder aproveitar que aproveite preciosamente o seu tempo, e se foque realmente naquilo que gosta: porque não vale a pena despender tantos anos em livros, apontamentos e esquemas.
Acho que durante algum tempo vou deixar de criticar as pessoas que se esforçam pouco porque vêm os seus esforços em vão e percebem que aquilo não é vida para elas, porque de certa forma as entendo.
Hás vezes penso que as pessoas incultas, analfabéticas e trabalhadoras conseguiam ser muito mais simples, respeitadoras, educadas e cultas (sabedoria da vida) do que nós, e a cima de tudo, muito mais felizes.
Escusado será dizer que nem coloquei a hipótese de esta afirmação ser verdade.
Um tempo depois, outra pessoa disse: "Portugal forma alguns dos melhores profissionais e educadores do mundo."
Profissionais? Onde se tudo que aprendemos é teórica a qual nunca terá aplicação na nossa vida?
Educadores? Vocês querem dizer, pessoas com jeito de despejar matéria em cima dos outros a uma velocidade incrível?
Paremos um bocado para pensar: para que é que eu realmente estudo? Devo eu aprender apenas informação e informação acumulada? Quanto tempo passo eu a me dedicar às coisas da escola?
Eu seria ainda mais precisa ainda: para quem já estudou e agora se encontra a trabalhar, de tudo aquilo que estudou, o que é que lhe serviu mais tarde a nível profissional?
Muitas vezes os adultos gostam de dizer que é importante estudar, e eu estou totalmente de acordo com essa opinião. O que é que vou dizer ao meu filho, que não estude?
Como é óbvio, não o farei, até porque sou uma das primeiras pessoas a colocar os estudos muitas vezes em primeiro lugar, e isso reflete-se nas minhas notas.
Mas o problema não está em os estudos serem importantes ou não.
O problema está naquilo em que o nosso país transforma os estudos.
O nosso país transforma a escola numa prisão, e as exigências cada vez maiores são realizadas à velocidade da luz. Iremos nós viver até aos 30 anos a estudar, quando podemos nem o triplo viver? Mas que raio de vida é esta em que vivemos a olhar para letras e letras, que não irão ficar na nossa cabeça permanentemente?
Ler é importante sim, mas ler coisas que realmente tenham interesse e nos tragam cultura. Falar de formulas matemáticas as quais nunca irei necessitar trazem tudo menos cultura para mim, porque pergunto-me que tipo de pessoa chegará à minha beira e terá a vontade de falar dos "x", "y" e de fórmulas muito mais complicadas.
A questão não está na matemática, está naquilo que Portugal designa como estudos, formação.
Atualmente, acredito que estejamos a ser formados para ser uns verdadeiros burros.
Burros que chegam a uma entrevista de trabalho com um currículo muito preenchido de estudos, acompanhado de uma grande quantidade de incapacidade para realizar algo no qual nos especializamos.
Ainda que sejamos bons na nossa área, expliquem-me para que foram tantas disciplinas, tanto tempo perdido em matérias complicadas, se nunca mais terei de as ouvir ou mexer nelas na minha vida!
Sabem o que é que nos falta nas escolas?
A escola é um meio de ensino, no entanto os nossos alunos estão cada vez mais mal criados, cada vez com menos valores e cada vez mais incapazes de ajudar os pais nas suas vidas em casa.
A escola não deveria educar?
Então expliquem-me, não seria melhor a escola ajudar na educação? Onde estão aulas que ensinem os alunos a serem educados e respeitadores dos outros?
Os nossos jovens cada vez menos sabem cozinhar, vivem da restauração e dispendem o dinheiro deles ali, na ignorância de não saberem se alimentar.
Não seria importante para as crianças aprenderem a cozinhar?
Não estaremos nós a focar a nossa atenção nas coisas erradas?
Expliquem-me onde está o bom senso das pessoas que dirigem o ensino no nosso país.
Os lares estão-se a destruir e não há tempo para a familia.
É verdade que os empregos tardios não ajudam, mas a escola pouco está a fazer para ajudar nisso.
Porque é que as crianças e jovens têm de passar o dia todo na escola?
Onde está o tempo delas livre para aprenderem por elas, aproveitarem o tempo de recreação, desenvolverem as suas capacidades físicas e intelectuais?
Porque a escola não está mais a ajudá-los a desenvolverem-se intelectualmente, está a prejudicá-los e a impedir que se especializem e se desenvolvam naquilo que realmente gostam!
(lembrem-se que a criança pode descobrir os seus gostos até a ajudar os pais na lida em casa!)
A verdade crua é que temos de despender tanto tempo na escola e em disciplinas que não gostamos, que deixamos de ter tempo para as coisas que realmente gostamos e que muitas vezes são tão importantes!
Estamos a formar "nerds" aparentes que passam o dia sentados em cadeiras a ouvir matéria por um ouvido e a sair por outro, para terem de chegar a casa e voltar a repetir a matéria, quando as horas ótimas de concentração já passaram à muito tempo!
Pergunto-me: não seria mais inteligente aproveitar as horas em que os nossos jovens estão realmente capazes e disponíveis para receber informação, e lhes dar-mos pouca informação de uma vez?
Para que serve a fisiologia? Para que serve a matemática demasiado profunda? Para que servem teorias e definições?
Estas disciplinas servem sim, para quem as quer seguir, mas porque todos nós as temos de ter se não têm qualquer utilidade?
Pergunto-me: alguma vez eu irei explicar a um meu atleta o ciclo de krebs? Não, porque nem ele irá perceber, nem tem lógica eu perder o meu tempo com isso! A teórica só tem lógica quando vem acompanhada da prática, no entanto muitas vezes me pergunto: onde está ela?
Precisamos da prática, precisamos da experiência, porque o saber teórico não leva ninguém por si só a um saber prático, e nós precisamos é da prática a nível profissional.
Então e para que serve a leitura de livros massantes, e para que tenho eu de os estudar detalhadamente? Algum dia irei eu estudar detalhadamente um livro quando eu o for ler?
Que eu saiba só irá haver um livro que eu possa querer estudá-lo, mas estes livros não contribuem para tal, nem eu preciso desses estudos para aprender a estudar a Bíblia.
Não era suposto estimularmos os alunos à leitura? Ou vão dizer que ainda se perguntam porque é que as crianças cada vez mais não gostam de ler? Não acham de apresentar em português livros interessantes para eles e adequados à sua idade, seria um bom estímulo à leitura?
Se eu contasse todas as horas que gastei da minha vida para estudar, todas as horas que abdiquei do meu tempo pessoal para realizar trabalhos para a escola, e a quantidade de avaliações que já fiz na minha vida inteira, acredito que nem eu mesma queria acreditar naquilo que via.
E se eu pudesse juntar em gigas (mega-gigas, diga-se de passagem) a quantidade de informação que pus (ou que tentei pôr) na cabeça, com certeza que o meu computador ficaria demasiado lento, necessitando de formatação urgentemente.
Agora imagino as crianças que estão a iniciar os seus anos letivos nas escolas, e que ainda enfrentarão mais dificuldades do que nós. Eu que já passei por tanto estou tão cansada de tudo, e eles ainda estão no início e ainda têm um percurso tão grande a percorrer!
A final de contas, o que é que é mais valioso? Alguém que sabe pouco, mas que realmente sabe daquilo, ou alguém que já ouviu falar de tudo e mais alguma coisa, mas quando perguntado não sabe de nada?
Nunca se perguntaram porque é um assombro tão grande o nosso primeiro trabalho, e a altura em que saímos dos estudos para entrar no mercado de trabalho?
Porque é que ainda assim muitas vezes não sabemos bem o que queremos fazer?
Embora tenhamos cursos excelentes que ainda nos vão ajudando a nos revelar o que realmente queremos fazer, ainda esses têm muita matéria e disciplinas desnecessárias.
Não seria mais simples oferecemos mais especificações? Mais oportunidades de simulação profissional? Muito mais estágios do que disciplinas?
Faríamos um favor às empresas que receberiam ajudantes de graça e os nossos alunos realmente aprenderiam alguma coisa decente!
Nós saímos de um curso sem saber o que estivemos ali a fazer, muitas vezes!
E porque há tanto abandono escolar?
Pensam que decorar tanta matéria e ter de fazer avaliações que não nos facilitam, mas nos prejudicam, e ainda ter notas as quais nunca são altas (porque para muitos professores os 19 e 20 existem, só na escala), e em que os que não se esforçam são mais beneficiados do que os que se esforçam, é fácil?
Pensam que dá vontade? Que motiva? Que estimula?
E que raio de ensino sem custos é o nosso?
Porque é que um livro sem informação pertinente é tão caro, quando mais tarde será deitado ao lixo?
E é que nem me vou atrever a falar do sistema de avaliação dos ensinos e professores, porque também isso dá muito pano para manga -.-
Algo que me tem importunado muito é a forma como a nossa cultura tem mudado.
Se as crianças desde pequenas tivessem a oportunidade de aprenderem um pouco da Bíblia e de orar como antigamente, com certeza elas seriam muito mais abençoadas e os valores delas seriam muito melhores.
Elas aprenderiam porque deveriam amar os seus amigos, a professora, os seus papás.
E elas seguiriam com a certeza de que alguém no céu olha por elas.
Tenho consciência que muitas pessoas que não acreditam em Deus me diriam: elas não são obrigadas a acreditar na Bíblia nem a fazerem o que não querem.
Ah, muito bem.
Então expliquem-me porque raio é que eu tenho de decorar a teoria da evolução, quando ainda por cima é uma teoria, não é nada comprovado, e que é necessário uma fé maior do que a de um criacionista para aceitá-la!
O problema, é que os professores não a estão a considerar como uma teoria, eles na realidade ensinam o darwinismo como algo que realmente aconteceu, e hoje em dia as pessoas crescem na ignorância de que tudo, até teorias que elas decoram e colocam na cabeça, é verdade!
Os alunos deixaram de se questionar, eles simplesmente apontam tudo o que os professores lhes dizem para na avaliação serem bem sucedidos. A final de contas, não consigo imaginar o que aconteceria se eu chegasse a um teste de história do 7º ano e respondesse às perguntas do homo erectus com uma base criacionista, refutando a teoria da evolução.
As crianças também não são obrigadas a ouvir isso, pois não?
No entanto elas levam com as crenças dos professores, que são obrigados a falar do que os livros trazem, e hás vezes ainda afundam mais naquilo que eles acreditam fielmente que seja a verdade.
Onde está Deus neste mundo?
Todos cada vez mais o colocam de lado, e o nosso ensino cedo o começou a fazer.
Sou alguém que não tem uma memória muito boa, e que com muita dificuldade entra nela alguma coisa que aprendi para ficar de forma permanente. E a ti Portugal, quero-te agradecer por me teres feito uma ignorante, uma burra em todos os sentidos, porque me dediquei para ter aquilo a que o ensino diz serem boas notas, dispendi do meu tempo pessoal para conseguir sem uma aparente boa aluna, que se marca não pela sua inteligência, mas pelo seu esforço.
Lembro-me de ser pequena e de ser criativa, de ser inteligente, de me empenhar em descobrir tudo e em ser melhor em tudo. Destacava-me por mexer melhor do que ninguém nas tecnologias, por adorar ler quando mais ninguém o fazia, por repôr aparelhos eletrónicos que mais ninguém dava nada por eles, por se interessar por outros países, natureza e história, e por muitas vezes ocupar o seu tempo pessoal com escrita, leitura, jogos culturais, pesquisa e outras atividades que faziam de mim uma pessoa realmente melhor.
Mas sabes Portugal, a escola ocupou-me tanto que deixei de fazer aquilo que sempre gostei: deixei de ler, deixei de escrever, deixei de assistir a programas de cariz cultural e a ler livros de outros países e de natureza.
Tornei-me uma ignorante e inculta às tuas custas.
Atualmente tenho vergonha por saber que aquilo que eu sei é nada. Quando alguém sugere jogarmos trivial ou outro jogo do género, simplesmente tenho vontade de me sentar a assistir os outros a jogar.
E o que custa mesmo, é saber que eu poderia ter sido uma pessoa muito diferente, se não tivesse colocado tanto em primeiro lugar aquilo que os meus pais me faziam considerar como sendo o mais importante, quando acabou por se tornar na minha ruína pessoal.
Esta postagem fica aqui, para que saibas país, que aquilo que fizeste não me foi ensinar, mas sim me desensinar.
E para quem leia, já sabe a minha opinião e não a irei mudar. Estudar é importante, mas não ao ponto que o nosso país o faz. Sinto-me vítima de um sistema de ensino que é tudo menos dos melhores, e que muito facilmente pode fazer uma pessoa perder o seu tempo em assuntos nada interessantes e sem qualquer tipo de utilizade, para deixar de usá-lo com aquilo que realmente tem utilidade.
E para finalizar, quero ainda deixar o meu desagrado pela escola estar cada vez menos preocupada com o objetivo da nossa via: a escola ensina-nos que estamos aqui por acaso, e que a nossa existência não tem qualquer objetivo.
Que bom aprender isto, ahn?
A final de contas para que vivemos? Estudar e trabalhar? Mas que rumo de vida mais infeliz!
Tenho todo o orgulho em dizer que o nosso ensino está cada vez pior, e que a escola só merece que os alunos lhe deiam tão pouca importância quanto possam, porque aquilo que ela ensina, só faz deles pessoas que acomulam informação, alguma dela até não comprovada, só porque alguém disse ou porque alguém pensou, ou porque alguém fez.
Estou farta deste ensino, estou farta de estudar.
E o que me entristece, é saber que necessito de gastar o meu tempo todo, e de continuar a ser ignorante nesta história toda, só porque um dia comecei a fazer aquilo que a sociedade ensina ser o correcto: esforçar-se nos estudos.
Quem puder aproveitar que aproveite preciosamente o seu tempo, e se foque realmente naquilo que gosta: porque não vale a pena despender tantos anos em livros, apontamentos e esquemas.
Acho que durante algum tempo vou deixar de criticar as pessoas que se esforçam pouco porque vêm os seus esforços em vão e percebem que aquilo não é vida para elas, porque de certa forma as entendo.
Hás vezes penso que as pessoas incultas, analfabéticas e trabalhadoras conseguiam ser muito mais simples, respeitadoras, educadas e cultas (sabedoria da vida) do que nós, e a cima de tudo, muito mais felizes.
Ai mundo mundo, onde mais ainda irás parar? :s
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