Living Poland
Trip to Kraków
April 04, 2013Finalmente, depois da capital, apanhei o comboio até Kraków, a tão famosa cidade da Polónia.
Quando entrei no comboio, calhou me sentar ao pé de um grupo de espanhóis, que não sabia se se pudiam sentar ali ou não. Eu como ainda não conhecia o sistema e não tinha tido problemas com lugares, disse-lhes que ninguém ligava ao número dos lugares. O que eu não sabia, é que eu estava redondamente enganada, e dentro em breve estaria um senhor a entrar bela cabine a dentro a reclamar com eles que eles tinham de se mudar.
Quando percebi que de facto toda a gente se sentava no sítio correto, levantei-me ao mesmo tempo que eles e decidi procurar pelo meu local.
O mais cómico de tudo foi quando estávamos a chegar à estação, e um dos espanhóis, o mais falador, entrou pela cabine a dentro e perguntou: "desculpe, esta é a estação Cracow Glowny?" (obviamente, para quem não sabe polaco, a pronúncia fica algo como inglês, o que é muito cómico comparado com a forma como os polacos lêem, algo como "gúvne").
Cheguei perto da noite, e a Paulina já lá estava bem à minha espera.
A estadia em casa dela fez-me perceber que de facto, aquilo que eu queria fazer na minha vida e no meu ramo de desporto, é trabalhar com pessoas portadoras de deficiência.
30 de Março de 2013
No sábado, como já combinado antes, fomos até Częstochowa, ao evento Hosanna. O pessoal de Gdańsk estava triste comigo porque eu tinha preferido aproveitar as minhas férias para começar as minhas viagens do que passar aqueles dias neste evento musical. Assim sendo, decidi fazer surpresa e não dizer que iria aparecer por lá no sábado.
Chegando, fui imediatamente vista pelo Tomek Hatała, que obviamente estragou a minha surpresa enquanto eu procurava pela Paula. Subindo as escadas, finalmente encontrei a Paula, o Tomek e Asia Kubiak, e é claro, a Karina com a Paula.
A surpresa foi grande, obviamente, mas foi maior ainda quando percebi que muita gente que eu não conhecia de lado nenhum já sabia quem eu era graças aquela entrevista idiota.
A surpresa foi grande, obviamente, mas foi maior ainda quando percebi que muita gente que eu não conhecia de lado nenhum já sabia quem eu era graças aquela entrevista idiota.
Conheci mais dois rapazes excelentes, um era o sobrinho do Piotr, e outro o Jonatan.
Foi giro passar muito tempo a conversar com a Karina, e a ver a Paula mais feliz do que o normal :D
O nada bom deste dia, foi tirar a minha máquina fotográfica para fora da minha mala para mostrar uma foto que tinha tirado antes à Karina, para perceber que ela estava completamente rachada no ecrã, pouco menos de um quarto do ecrã apenas estava visível, e eu agora teria de gastar dinheiro noutra máquina, mais uma não profissional. Estava de rastos, porque tinha medo de não ter dinheiro para tal, e ainda que tivesse, não me agradava a ideia de gastar dinheiro numa outra máquina sem ser uma profissional, que eu já queria faz muito tempo.
O nada bom deste dia, foi tirar a minha máquina fotográfica para fora da minha mala para mostrar uma foto que tinha tirado antes à Karina, para perceber que ela estava completamente rachada no ecrã, pouco menos de um quarto do ecrã apenas estava visível, e eu agora teria de gastar dinheiro noutra máquina, mais uma não profissional. Estava de rastos, porque tinha medo de não ter dinheiro para tal, e ainda que tivesse, não me agradava a ideia de gastar dinheiro numa outra máquina sem ser uma profissional, que eu já queria faz muito tempo.
Sem perceber muito bem como ela rachou, uma vez que ela passou a noite em cima da janela e ela estava boa anteriormente, passei o dia inteiro a lamentar-me pelo que passou e a contar a toda a gente para ver se alguém me dava uma palavra de esperança, dizendo que haveria concerto. Infelizmente, parece que não tive muita sorte, e a estratégia da caixa de arroz indicada pela Agnieska não resultou de forma alguma.
Na hora de almoço comi com a Paulina e a família, mas como a Paula pensava que eu não tinha o que comer, guardaram uma caixinha do almoço para mim, caixa a qual andou comigo de um lado para o outro.
Mesmo antes de ir embora, estava ah espera da Paulina e a sua família, quando apareceu lá o outro Tomek que eu não faço a mínima ideia do sobrenome, que não é de Gdańsk, e que irá casar este verão, que é um cromo de um raio e blablabla, que decidiu se meter comigo graças à minha entrevista e graças a eu ser estrangeira que, pelo que eu ouvi, ele é colado em pessoas que venham de fora. Estávamos a falar precisamente sobre qual seria a próxima cidade que eu visitaria e, após explicar que seria em Poznań e que não tinha ninguém para me acolher por lá, ele decidiu ir à procura de um rapaz que eu não conhecia de lado nenhum, o Dawid Skrzypczak, e dizer que eu precisava de casa na cidade dele (momento completamente fail, senti-me mesmo mal xD).
O rapaz não sabia o que dizer, estava completamente atónito.
Falamos um pouco, trocá-mos de números e, enquanto eu ouvia o Tomek a falar para caraças e a tentar mostrar ao Dawid (quase ao mundo inteiro, melhor dito) a minha entrevista, lá me conseguiram arrancar daquela confusão para ir embora.
Bem... foi um dia divertido, definitivamente.
Domingo, o primeiro dia em que tentei ver a cidade, acordei com a chuva do lado de fora. Estava frio, chuva e neve ao mesmo tempo. Tentei ver um pouco da cidade por algumas horas, com aquele tempo de nojo, mas já não bastava estar tudo fechado por causa de ser dia de Páscoa, ainda não conseguia ver tudo porque estava a morrer congelada e a deixar de sentir as minhas mãos.
O meu almoço era uma caixinha que tinham guardado para mim de Hosanna, por pensarem que eu não tinha almoço. Com aquele frio, obviamente, a comida acabou por ficar boa.
Soube-me bem sentar numa paragem de autocarro a comer aqueles deliciosos panados de gluten, batatas cozidas e salada, enquanto tentava recuperar a vida das minhas mãos, enquanto toda a gente na rua se ria de mim e passava a correr, fugindo daquela chuva/neve (não me perguntem o que era, eu não sei descrever xD).
Vi praticamente tudo, mas chegou a um ponto que não aguentei mais e voltei para casa da Paulina. O tempo estava mesmo terrível, e a cidade via-se bem rápido. Fiquei um pouco desiludida com Kraków, tenho que confessar. Tinha expectativas tão altas graças à fama que toda a gente lhe dava, que quando cheguei lá fiquei completamente desanimada.
Não era uma cidade feia e sem nada para ver, mas eu estava à espera de bem mais. Enfim, só serviu para intensificar o meu amor por Gdańsk, eheheh
01 de Abril de 2013
Incrivelmente chateada com a meteorologia, decidi ir para o famoso campo de concentração em
Oświęcim, Auschwitz e Auschwitz Birkenau. Estava à espera de gastar uma grande pipa de massa no museu, mas felizmente (e extraordinariamente!) foi barato.
De manhã apanhei um comboio e ridicularmente sentei-me ao pé de dois tipos de Nova Yorque que falavam tão baixo, que eu ficava incrédula de quão bem eles conseguiam se perceber um ao outro com todo aquele barulho do comboio e das pessoas a falar.
Havia neve por todo o lado e os pinheiros ficavam lindos todos cheios de neve. Eu estava por e simplesmente encantada com a paisagem do lado de fora.
Foi então que, depois de muita confusão e de toda a gente andar à procura do caminho para chegar até ao local, cheguei seguindo uma grande fila de pessoas confusas em busca de alguma indicação para o local correto.
Ao chegar, havia um placar que indicava o estacionamento para o museu com a seguinte inscrição: "parking museum", que quer dizer em inglês "museu do estacionamento" -.- Os polacos, ao traduzirem à letra do polaco para o inglês, dão a dica de que algures ali, se encontra um museu onde poderemos aprender como estacionar um carro de várias formas, em vários tipos de parques xD
A presença ali era um pouco pesada, mas a quantidade exagerada de turistas fazia com que essa presença desaparecesse muito. Foi-nos pedido que não fizéssemos muito barulho e não comecemos em memória às vitimas que ali morreram.
Toda a gente, antes de eu ir até lá, me dizia que eu precisaria de muito tempo para digerir aquilo que eu veria lá, que ficaria muito chocada e que nas horas seguintes não iria conseguir fazer nada.
A realidade é que, apesar de ver tudo aquilo, e de algumas coisas, de facto, me impressionarem, foi bom ver tudo aquilo, mas só senti mesmo o peso daquele local quando vi alguns filmes, após ter visitado o local.
A visita foi rápida, uma vez que já estávamos atrasados no horário e haviam autocarros para apanhar, e acabamos por não ver tudo. Mesmo assim, tenho noção que os vídeos que vi mais tarde não teriam tanto impacto em mim se eu não tivesse estado presente naquele local.
Perdi um dos autocarros e fiquei fula porque não iria conseguir ir às famosas minas salgadas de Wieliczka, pelo que acabei por ter de voltar de comboio. Na estação, um velho passa com cara de gingão e pisca-me o olho sentindo-se todo TDB (minha nossa -.-), e mais tarde acabei por me cruzar novamente com os famosos tipos espanhóis, especialmente com o mais falador deles todos, que decidiu passar a vida a falar comigo relativamente ao facto de eu andar a viajar sozinha e blablabla. Percebi que eles estavam a fazer Erasmus na Hungria, e estavam agora de férias na Polónia, de passagem.
Cheguei de noite à cidade, e aproveitei um pouco para passear e ver as vistas com os edifícios todos cheios de luzezinhas. Agora a cidade parecia mais bonita, mas eu continuava não muito satisfeita.
02 de Abril de 2013
No último dia, terça-feira, acordei para ir até às minas. Eu já estava cansada e era super cedo. Quando cheguei por lá, percebi que logo naquele dia, o céu começava a clarear, e eu iria gastá-lo todo dentro das minas e do comboio em direção a Gdańsk (adoro este país -.-).
Basicamente foi muito mau, porque não bastava eu ter acordado tão cedo para me certificar de que iria a tempo de voltar para apanhar o comboio que queria, para perceber que teríamos de esperar uma hora para podermos entrar, uma vez que a entrada só poderia ser feita com um guia (a sério?! =o).
Pelo caminho tinha encontrado dois tipos de Londres que supostamente me tinham visto no dia anterior em Auschwitz, que também andava à procura de indicações para chegar às minas, uma vez que a Polónia é um sucesso em falta de indicações para locais turísticos xD
Foi engraçado por à prova a minha capacidade para perceber nativos com sotaque carregado, mas lá bebemos o nosso sumo e vimos as minas assim que o guia (outro nativo com sotaque altivo xD) apareceu.
Conheci duas meninas chinesas que estavam de férias por lá e, quando contei a uma delas que era de Portugal, ela desatou a falar-me em português (ela está a estudar atualmente numa universidade em Lisboa), e eu fiquei tão brecada que só conseguia lhe responder em inglês, e levou algum tempo até que eu conseguisse ativar o modo on de português -.- Acho que estou a ficar completamente pifada com tanta língua na minha cabeça :x
Nas minas também tive a infeliz situação de assustar uma rapariga: ela estava à minha frente e eu queria passar, entao parei ah espera q ela desviasse. Ela olhou para mim e desatou aos gritos e minutos depois começou a rir q nem pita histerica -.- sabia q era feia, mas nao tanto xD
Acabei por não ir ao último workshop por não ter qualquer tipo de tempo, mas não me fez comichão. A única coisa que me fez ficar definitivamente chateada, para além do tempo de espera, foi a quantidade exagerada de dinheiro que tive de pagar para entrar lá, e ainda queriam mais 2.5€ para tirar fotos! :o
Finalmente apanhei o comboio de volta para Kraków Główny, e cheguei a tempo e horas de me despedir da familia da Paulina e voltar para Gdańsk!
Felizmente consegui escolher uma ligação de comboios com paragem na capital, o que encurtou as horas de viagem para cerca de 9h, menos 3 a 4h de viagem. Ainda assim, duas horas antes de chegar a Gdańsk e eu ja estava a morrer de tédio, sem ter mais nada para fazer! Horrível T___T
Ainda foi cómico, uma vez que o rapaz que estava à minha frente no segundo comboio devia ter um estômago do tamanho de um elefante, e simplesmente não parava de comer :o Eu acho que ele comia algo em cada meia hora, às vezes num intervalo menor. Não lembro de tudo, sei que ele devorou uma caixa de chouriços pequenos, uma caixa de iogurte grande, um sumo, uma banana, umas 4 ou 5 sandes, e sei lá eu mais o quê.
Enfim finalmente cheguei, e pude concluir algo muito importante: é de loucos passar 8-13h dentro de um comboio! O.o
Cheguei, e logo logo veio aquele sentimento de "hhhhmmm... regressei a casa :D"
Descobri que Gdańsk eh a minha segunda casa, e não há nada como regressar ao nosso lar, eheheh
Embora tenha ficado desgostosa com a cidade de Kraków, gostei da minha primeira viagem fora de Gdańsk! Muitas mais ainda virão, veremos no que vai dar, ehehehe
Agora universidade, aqui vou eu de novo -.-
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