Family
Infinitamente Incompreensivel
August 08, 2011
Neste momento pergunto-me, quantas e quantas mais postagens terei eu que escrever acerca do mesmo. Neste caso não é o papel e a caneta que me aturam, mas o computador (e eventualmente, o teclado), não esquecendo daquelas pessoas que já têm o telemóvel à mão para acalmar a Daniela.
Não sei, apenas me vejo a mim mesma a fazer um esforço enorme para tentar conviver com pessoas que nada têm a ver comigo: não têm os meus valores, a minha franqueza e honestidade, a minha forma de ver a vida, os meus ideais. Gerem-se à base de futilidade, mania das grandezas, dos fazes de conta (desde a aparência, a maquilhagem e até a roupa interior), do ego altíssimo e da mania de superioridade perante os outros.
O falar franco, esse só acontece quando há tempestades em copos vazios, ou bem baixinho, onde supostamente ninguém pode presenciar. O problema, é que as pessoas esquecem-se que esses locais também são visitados, e qualquer pessoa pode, um dia destes, como tem acontecido já por diversas vezes, ter necessidade de lá se dirigir para ir buscar ou levar algo e, em vez de o fazer, acaba por voltar para cima de mãos a abanar ou com o que ia levar de volta, e com uma grande vontade de partir tudo.
A questão é que as pessoas são falsas, e nunca, mas nunca, irão mudar, apenas me tenho de consciencializar disso. Alguma única vez que eu pense em contradizer o elo mais fraco, lá vai haver testamento assinado. Alguma coisa que seja dita na ausência do senhor juíz, a testemunha já reúne provas para lhe apresentar. A questão é que nestes casos, o réu não só não sabe de que é acusado, como não está presente para se defender.
Estou farta, farta, farta (quantas vezes já não o disse!), farta que se fale nas costas, farta que se planeie e engenhe forma de nos quilhar, farta de pessoas fúteis e interesseiras, que são precisamente o pior tipo de pessoas, o qual mais dificuldade eu tenho de suportar. Estou farta de fingimentos e fachadas para as pessoas do exterior, de não poder dizer "passa-se isto", farta de ser mais uma das meninas trancadas em casa (que segundo os outros, é por não ter amigos, ou por gostar mais do ambiente caseiro do que o belíssimo ambiente cheio de pólen, não vá ele criar uma reacção alérgica às meninas) sem nada poder fazer contra isso, farta de ver pessoas a sorrirem à custa da minha tristeza, farta, farta!
Se eu pudesse embrulhava todo o tribunal numa caixinha bem pequenina e enviava-a para o Polo Norte, quem sabe não servia de refeição aos ursos polares que estão a ficar sem chão sólido para percorrer.
E o que é que eu já perdi com isto tudo (para além das horas, sorrisos e emoções)? Muita coisa. E dentre elas, perdi a oportunidade de recuperar muitas das minhas amizades que agora me faziam falta, que se foram desvanecendo devido à pouca convivência - quem não tem autorização para conviver, acaba por perde-la sem dar por tal.
Vejo outras famílias, outras pessoas, outros pais. E não me venham cá com histórias de que é diferente, porque são pais juntos ou porque um deles não tem filhos. Eu vi passar pelas mãos de boa gente pessoas que com tantas qualidades, foram julgadas pelo defeito mais simples (que nem defeito é!), o de que, a família seria muito mais extensa. Pois precisamente, seriam essas pessoas que olhariam para mim e para a minha irmã de maneira diferente, que nos tratariam com carinho. E porquê? Porque não estavam habituadas a viver só para elas, mas só para os filhos. Existe ainda muita gente com bom coração. O que é bom é difícil de conciliar, o que é mau facilmente cai na rede. Não dá para ver o quão rápido e bem nasce a erva no meio das plantações?
Muitas vezes invejo outras pessoas que vejo. Invejo, porque me ligam a contar "olha, terça vou ao rio. Vens?"; "segunda vamos às piscinas"; "hoje podes vir a minha casa?"; "no sabado vou fazer um jantar", e tantos mais convites eu recebo e já sei que a resposta é praticamente sempre a mesma, "não posso". Às vezes nem tento se quer. O que vale é que Deus me deu uma personalidade boa o suficiente para lutar pelas minhas amizades e conseguir arranjar bons e verdadeiros amigos, que não só estão do meu lado, como se lembram de mim ainda que saibam que eu não tenho a liberdade que eles têm. Eu estou a perder a melhor fase da minha vida por puro capricho de quem supostamente me protege (mantendo-me sobre alçada e pedindo-me ajuda, claro)!
O que me deixa triste, é ver que as pessoas podem mudar tanto. Elas já foram compreensíveis, já souberam falar de mim com orgulho (não só às outras pessoas, porque isso é o costume) e reconhecer que, depois de todo o trabalho que tenho, não há qualquer tipo de mal em me deixar fazer isto ou aquilo. Já souberam reconhecer que sou de confiança, e de que nada adianta temer o que eu vá fazer. Agora apenas me pergunto: essa pessoa, ela ainda existe? É que eu não a vejo à vários anos, e que eu saiba durmo todas as noites em casa.
Agora o que é que eu hei de fazer? Estou um pouco desesperada, confesso. Não consigo lidar com pessoas falsas, a quem mal consigo arranjar qualidades, nem fingir para as outras pessoas um sentimento de pertença ou admiração - isso não existe, nem nunca vai existir. Sei que isto não muda, e viver assim não dá em nada. Eu amo Viseu e por mim daqui não saía, mas a vida é mesmo assim e eu tenho de me habituar à ideia. Ao menos vou deixar de ter animais rastejantes, que já os japoneses chamam de hebi, e vou deixar de me revoltar ao ver que tenho de pagar pela irresponsabilidade dos outros.
Porque até agora, tenho sido privada de muito, e julgada por outro tanto, pelos erros que outras pessoas cometem. E já chegava disso. Eu sou eu, e não tenho nada que ficar trancada porque o passado não foi o que era desejado para futuro, nem porque eu não faço o que deveria fazer, nem porque há quem tenha medo de me perder. Assim, perde-me muito mais facilmente.
Cada vez mais, quero acordar deste pesadelo com julgamentos, animais e ambientes escuros :(
Não sei, apenas me vejo a mim mesma a fazer um esforço enorme para tentar conviver com pessoas que nada têm a ver comigo: não têm os meus valores, a minha franqueza e honestidade, a minha forma de ver a vida, os meus ideais. Gerem-se à base de futilidade, mania das grandezas, dos fazes de conta (desde a aparência, a maquilhagem e até a roupa interior), do ego altíssimo e da mania de superioridade perante os outros.
O falar franco, esse só acontece quando há tempestades em copos vazios, ou bem baixinho, onde supostamente ninguém pode presenciar. O problema, é que as pessoas esquecem-se que esses locais também são visitados, e qualquer pessoa pode, um dia destes, como tem acontecido já por diversas vezes, ter necessidade de lá se dirigir para ir buscar ou levar algo e, em vez de o fazer, acaba por voltar para cima de mãos a abanar ou com o que ia levar de volta, e com uma grande vontade de partir tudo.
A questão é que as pessoas são falsas, e nunca, mas nunca, irão mudar, apenas me tenho de consciencializar disso. Alguma única vez que eu pense em contradizer o elo mais fraco, lá vai haver testamento assinado. Alguma coisa que seja dita na ausência do senhor juíz, a testemunha já reúne provas para lhe apresentar. A questão é que nestes casos, o réu não só não sabe de que é acusado, como não está presente para se defender.
Estou farta, farta, farta (quantas vezes já não o disse!), farta que se fale nas costas, farta que se planeie e engenhe forma de nos quilhar, farta de pessoas fúteis e interesseiras, que são precisamente o pior tipo de pessoas, o qual mais dificuldade eu tenho de suportar. Estou farta de fingimentos e fachadas para as pessoas do exterior, de não poder dizer "passa-se isto", farta de ser mais uma das meninas trancadas em casa (que segundo os outros, é por não ter amigos, ou por gostar mais do ambiente caseiro do que o belíssimo ambiente cheio de pólen, não vá ele criar uma reacção alérgica às meninas) sem nada poder fazer contra isso, farta de ver pessoas a sorrirem à custa da minha tristeza, farta, farta!
Se eu pudesse embrulhava todo o tribunal numa caixinha bem pequenina e enviava-a para o Polo Norte, quem sabe não servia de refeição aos ursos polares que estão a ficar sem chão sólido para percorrer.
E o que é que eu já perdi com isto tudo (para além das horas, sorrisos e emoções)? Muita coisa. E dentre elas, perdi a oportunidade de recuperar muitas das minhas amizades que agora me faziam falta, que se foram desvanecendo devido à pouca convivência - quem não tem autorização para conviver, acaba por perde-la sem dar por tal.
Vejo outras famílias, outras pessoas, outros pais. E não me venham cá com histórias de que é diferente, porque são pais juntos ou porque um deles não tem filhos. Eu vi passar pelas mãos de boa gente pessoas que com tantas qualidades, foram julgadas pelo defeito mais simples (que nem defeito é!), o de que, a família seria muito mais extensa. Pois precisamente, seriam essas pessoas que olhariam para mim e para a minha irmã de maneira diferente, que nos tratariam com carinho. E porquê? Porque não estavam habituadas a viver só para elas, mas só para os filhos. Existe ainda muita gente com bom coração. O que é bom é difícil de conciliar, o que é mau facilmente cai na rede. Não dá para ver o quão rápido e bem nasce a erva no meio das plantações?
Muitas vezes invejo outras pessoas que vejo. Invejo, porque me ligam a contar "olha, terça vou ao rio. Vens?"; "segunda vamos às piscinas"; "hoje podes vir a minha casa?"; "no sabado vou fazer um jantar", e tantos mais convites eu recebo e já sei que a resposta é praticamente sempre a mesma, "não posso". Às vezes nem tento se quer. O que vale é que Deus me deu uma personalidade boa o suficiente para lutar pelas minhas amizades e conseguir arranjar bons e verdadeiros amigos, que não só estão do meu lado, como se lembram de mim ainda que saibam que eu não tenho a liberdade que eles têm. Eu estou a perder a melhor fase da minha vida por puro capricho de quem supostamente me protege (mantendo-me sobre alçada e pedindo-me ajuda, claro)!
O que me deixa triste, é ver que as pessoas podem mudar tanto. Elas já foram compreensíveis, já souberam falar de mim com orgulho (não só às outras pessoas, porque isso é o costume) e reconhecer que, depois de todo o trabalho que tenho, não há qualquer tipo de mal em me deixar fazer isto ou aquilo. Já souberam reconhecer que sou de confiança, e de que nada adianta temer o que eu vá fazer. Agora apenas me pergunto: essa pessoa, ela ainda existe? É que eu não a vejo à vários anos, e que eu saiba durmo todas as noites em casa.
Agora o que é que eu hei de fazer? Estou um pouco desesperada, confesso. Não consigo lidar com pessoas falsas, a quem mal consigo arranjar qualidades, nem fingir para as outras pessoas um sentimento de pertença ou admiração - isso não existe, nem nunca vai existir. Sei que isto não muda, e viver assim não dá em nada. Eu amo Viseu e por mim daqui não saía, mas a vida é mesmo assim e eu tenho de me habituar à ideia. Ao menos vou deixar de ter animais rastejantes, que já os japoneses chamam de hebi, e vou deixar de me revoltar ao ver que tenho de pagar pela irresponsabilidade dos outros.
Porque até agora, tenho sido privada de muito, e julgada por outro tanto, pelos erros que outras pessoas cometem. E já chegava disso. Eu sou eu, e não tenho nada que ficar trancada porque o passado não foi o que era desejado para futuro, nem porque eu não faço o que deveria fazer, nem porque há quem tenha medo de me perder. Assim, perde-me muito mais facilmente.
Cada vez mais, quero acordar deste pesadelo com julgamentos, animais e ambientes escuros :(
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